“Equilibrados” e “agressivos”: é o que Moreno quer para “jogo especial”
Ainda que o Sp. Braga se distinga pela “entrada muito forte em jogo”, o treinador vitoriano acredita que é possível vencer com “rigor, disciplina” e alguma “coragem nas zonas de finalização”.

Natural de Urgezes e formado no Vitória, Moreno viveu dezenas de dérbis do Minho nos escalões de formação e também no escalão maior do futebol português, sempre como jogador. Como treinador, defrontou, na época passada, o Sporting de Braga B ao serviço da equipa secundária vitoriana para a Liga 3. No sábado, volta a reencontrar Artur Jorge, o agora treinador principal dos bracarenses, em duelo da quinta jornada da Liga Bwin, e a expetativa é a de mais “um jogo especial” frente a um adversário de “qualidade e de competência”.
“Preparámos o jogo de forma emocional. Fizemo-los perceber que estamos a falar de um dérbi. Há três pontos em disputa, mas este é um jogo especial. Há também a parte racional. Em relação aos primeiros 45 minutos com o Casa Pia, temos de ser mais agressivos e equilibrados na perda de bola, de perceber os espaços e os momentos do jogo e como colocar homens em zonas de finalização”, disse, na antevisão à partida marcada para as 15:30 de sábado, em Braga.
Convencido de que os 45 minutos iniciais de segunda-feira, na derrota com os casapianos (1-0), foram os piores do campeonato, Moreno disse acreditar no regresso aos triunfos se os vimaranenses tiverem “foco, rigor e disciplina” frente a um adversário com 17 golos marcados e três sofridos.
“Fazem uma construção muito a três jogadores, para darem abertura aos laterais e jogo interior ao Iuri Medeiros e ao Ricardo Horta. Percebemos todos os detalhes. Até nos lançamentos de linha lateral, repõem rapidamente a bola. Fizemos uma semana a preparar o momento defensivo, mas também o momento com bola. Acredito que podemos criar perigo e que vamos fazer golos”, prosseguiu.
Ainda que não haja “equipas perfeitas”, o ‘timoneiro’ vimaranense reconheceu que os arsenalistas têm uma “entrada em jogo muito forte” – somam cinco golos nos primeiros 15 minutos -, pelo que é “importantíssimo” os vitorianos entrarem bem em campo, sem se esquecerem de manter o “foco durante os 90 minutos”.
“Considero-me um privilegiado”
Tanto Moreno, como Artur Jorge, defendeu o técnico vitoriano, são “privilegiados” por subirem do terceiro para o primeiro escalão, quando aquele que, a seu ver, foi o melhor treinador da Liga 3 na época transata, Bruno China, ao serviço do Felgueiras, está sem clube.
“Considero-me um privilegiado e um sortudo por estar aqui. A grande aprendizagem é perceber a oportunidade que tive. Quero agarrar-me muito ao trabalho e perceber que é possível ter sucesso, que é possível motivar-me ainda mais. Quanto ao conhecimento que temos um do outro, com as ferramentas hoje à disposição é mais fácil”, vincou.
Encerrado o mercado de transferências, o técnico disse ainda que acredita muito nos seus jogadores, mesmo “não sendo os melhores do mundo”, numa época em que é preciso ter compreensão para com a realidade do Vitória SC, cujo plantel tem 15 elementos que militavam em escalões inferiores na época transata.