Empate atrasa (novamente) a luta europeia
Vitória abriu o marcador aos 81', mas não teve argumentos para segurar a vantagem e, ao permitir o empate, deixou escapar os 3 pontos. Conquistadores terminam 2021 no 8.° lugar da tabela.

Depois do naufrágio na Ilha dos Açores da última jornada, o Vitória regressou a casa para o derradeiro jogo de 2021. Em consequência da derrota do Estoril na casa do Moreirense na noite de ontem, a partida da ronda 16 encerrava a possibilidade de os conquistadores igualarem os 25 pontos dos canarinhos na 5.ª posição da tabela. Para isso se materializar, o Portimonense não podia vencer em Alvalade no último jogo da noite e o Vitória teria de cumprir a tarefa de vencer um dos seus mais antigos rivais: o Boavista. A formação de Petit deslocou-se ao Estádio D. Afonso Henriques moralizada pelos dois triunfos consecutivos diante do SC Braga – por 5-1 – e do Moreirense – por 1-0 – e prometia ser um osso duro de roer para a equipa da casa, apesar de não ter conseguido somar qualquer triunfo nas últimas 13 visitas ao castelo.
Foram quatro as alterações promovidas por Pepa na ficha de jogo em relação à turma que alinhou de início em Ponta Delgada e apenas uma foi forçada: por integrar o lote de jogadores que testaram positivo à Covid-19, Marcus Edwards deu lugar a Rúben Lameiras. As restantes mudanças foram por opção do técnico. O meio campo foi o sector com mais alterações e apenas Tiago Silva segurou a titularidade; André Almeida e Tomás Händel sentaram-se no banco enquanto Alfa e Janvier alinharam de início. No eixo defensivo, Borevkovic regressou ao onze depois de cumprir um jogo de castigo; André Amaro não foi opção.
Em casa mandam os anfitriões, pareciam dizer os comandados de Pepa no início da partida. O Vitória protagonizou uma entrada fulgurante no jogo: tomou a bola para si e fez com que os axadrezados se contraíssem no terreno de jogo nos primeiros 25 minutos. Mas as incursões do aniversariante Estupiñán (aos 5’ e especialmente aos 22’), de João Ferreira (aos 10’) e de Rafa Soares (aos 14’) não se traduziram em golos. Depois o panorama mudou: o Boavista impôs o seu ritmo e Bruno Valera foi finalmente chamado a intervir. Foram até os boavisteiros, por intermédio de Musa e Sauer, a chegar mais perto do golo nos primeiros 45 minutos. Perto da meia hora de jogo, os dois jogadores – primeiro o remate de Sauer e depois a recarga de Musa – testaram a concentração do guarda-redes vitoriano e obrigaram-no a fazer duas defesas em poucos segundos.
No início dos segundos 45, Pepa lançou André André, afastado dos relvados desde o início de novembro. O Vitória ia chegando perto da baliza, mas sem efeito e o nó no marcador não se desfazia. Aos 70’, Rochinha fascinou as bancadas numa jogada individual: passou com distinção por dois axadrezados, mas não fez bem as contas e demorou muito tempo a agir. O primeiro golo chegou pouco mais de dez minutos depois. À porta da reta final da partida, Estupiñán fez o primeiro e pôs os vitorianos em vantagem. O colombiano não se fez rogado à defesa incompleta de Bracali a um remate de Lameiras e abriu o marcador. A vantagem não durou cinco minutos e, aos 85, a bola já tinha chegado ao fundo das redes contrárias para anular a vantagem dos da casa. Na sequência de um lance confuso e com a defesa vitoriana sem argumentos para se livrar da bola, Tiago Ilori chegou-se à frente e fez o golo do empate. Apesar de Sauer ainda ter tentado, com perigo, a reviravolta no tempo de compensação, já estava selado o resultado final: 1-1.
No último jogo de 2021, o Vitória foi incapaz de escalar a tabela classificativa para sonhar com as noites europeias em 2022. A virada ano vai ser passada no 8.° lugar com os mesmos 23 pontos do Gil Vicente. E é precisamente com uma deslocação a Barcelos que os comandados de Pepa vão dar início à agenda do próximo ano.