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Em Urgezes, uma comunidade reergue-se com a ajuda de Amigos

Alberto Pereira, um "apaixonado por associativismo", é um dos obreiros da transformação dos Amigos de Urgeses. A freguesia é exemplo vivo do que uma associação pode fazer por uma comunidade.

10 julho 2021 > 11:20

Esta é uma história que “tem de se contar”. Rodrigo Alberto Pereira vai pontuando a conversa assim. Com um “tem de se contar”. E tem mesmo. É que a edificação do Grupo Desportivo e Recreativo Amigos de Urgeses é fruto de uma ligação entre passado e presente sempre ancorada num “orgulho enorme” em ver que as “sementes lançadas” brotaram. Agora, quem usufrui do trabalho dos “Amigos” é a comunidade.

Comunidade. Palavra-chave para entender o papel que a instituição desempenha na freguesia. Alberto Pereira explica: “A comunidade era muito órfã de respostas sociais e foi a identidade comunitária que se criou que transformou Urgezes não num polo dormitório mas num polo de identidade comunitária e de agregação de jovens; é um espaço de democracia interessante”. Com 51 anos, natural da freguesia e “apaixonado pelo associativismo”, viu uma agremiação com “pouca genética de resposta social” dar as mãos e unir-se.

O prólogo desta história data de 1984, os estatutos são legalizados quatro anos depois. Peripécia que, lá está, “tem de se contar”. “Quem foi assinar na altura ao notário foi quem estava disponível no café e não os verdadeiros dirigentes”, refere. O exemplo é sintomático do coletivismo e espírito gregário de todos os que integram os “Amigos” – e a amizade pauta o relacionamento daqueles que se cruzam naqueles metros quadrados; em algumas paredes, uma lembrança: “Mais do que um clube, uma família”.

É que ali, enquanto Alberto conversa com o Tempo de Jogo, há balizas a moverem-se no sintético; crianças a treinar para gáudio dos pais; um café de portas abertas com gente que fala no alpendre; uma creche que alberga 65 crianças; e quem, atrás de uma secretária, trabalhe para a comunidade. “Bertinho” desloca-se pelo espaço com desenvoltura. Cumprimentos e acenos, aproximações. Proximidade, pertença e familiaridade são palavras de ordem.

 

Palavra de vigário

Organização “carismática de Guimarães”, os “Amigos de Urgeses foram muito empreendedores”. “Conseguimos com a solidariedade dos ex-presidentes transmitir uma coesão que nos permitiu ultrapassar um momento difícil. No meu tempo de criança, as respostas eram quase nenhumas, não havia respostas estruturadas”, recorda.

Rodrigo, que assumiu vários cargos na coletividade, parafraseia um dito que um vigário terá proferido. Dizia que “Urgezes tem meia dúzia de casebres, não tem feira nem romaria”. Já não é assim. O espírito de comunidade de pessoas como Alberto e Albino Pereira – atual presidente que, por detrás da câmara que foca “Bertinho”, vai auxiliando com achegas e memórias – reergueu uma comunidade. E isso "tem de se contar”.

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