"Em Pevidém a história podia ter sido diferente": a "culpa é da direção"
Direção assume erros na tomada de decisões. Fica um "sabor amargo" pela descida, mas sobra ao clube vontade de se adaptar ao novo paradigma do futebol. "Está fora de questão não jogar em Pevidém".

No último sábado o Pevidém foi despromovido ao Campeonato de Portugal, não conseguindo a manutenção naquela que foi a estreia da Liga 3. “A única equipa amadora da divisão”, segundo vice-presidente Filipe Pinheiro, ficou com um “amargo de boca” pela descida, mesmo sabendo que era “a equipa com menos condições para estar neste escalão”.
Estas variantes levam a que em Pevidém tenha se pensar o futuro e a forma como organizar o clube depois de no ano passado ter estado às portas da II Liga, do futebol profissional. “O balanço de uma época quando se desce de divisão é negativo. Vai trazer-nos mais experiência para o futuro, é certo, mas fica um enorme amargo de boca”, assume o vice-presidente, também conhecido como Fina.
Na opinião de Fina o Pevidém não se apetrechou com as condições necessárias para participar num campeonato com a exigência como a Liga 3. “Errámos como direção. Acredito que estes homens têm qualidade para estar nesta divisão, mas é difícil para eles, sendo amadores, competir nesta divisão: trabalham oito horas e treinam depois, chegando a casa às 21h30. Esta divisão tornou-se muito elevada para as condições que nós tínhamos, mas dentro do campo acabaríamos por ter qualidade para estar nela. Eles sentem isso, estão de rastos, poi sentem que tinham que qualidade para ficar nela”, atira.
“É injusto o Pevidém estar nesta divisão a combater com equipas com orçamentos totalmente diferentes”
Esta diferença nas condições deve-se, em grande parte, à disparidade dos orçamentos, algo relacionado também com o investimento que muitos clubes têm por parte do município, o que fez com que o Pevidém não esteja em pé de igualdade com outros clubes.
“É injusto o Pevidém estar nesta divisão a combater com equipas com orçamentos totalmente diferentes do nosso, combatendo com clubes de cidade que recebem apoios municipais muito maiores do que nós recebemos. É uma injustiça a disparidade de umas câmaras para as outras. Não estou a dizer que a Câmara de Guimarães não apoia o desporto, acho que apoia de uma forma que eu acho que é a correta, mas dentro deste nosso país há muita gente que apoia o futebol de uma forma injusta”, aponta o diretor desportivo que, juntamente com a direção, assume a responsabilidade da descida.
Afirmando que “é muito complicado falar do futuro”, até no que diz respeito à constituição do plantel da próxima época, Fina diz que o Pevidém vai “preparar-se para estar mais dentro do novo paradigma do futebol”. “Assumo a minha responsabilidade, tomámos algumas decisões erradas, o clube, a culpa da descida é da direção”, apontou.
“A jogar em Pevidém a história poderia ter sido diferente”
Por outro lado, a questão das infraestruturas também condicionou o Pevidém. “Fomos o único clube que não conseguiu jogar em casa”, desabafou Fina. Apesar de não servir de desculpa, até porque segundo o diretor desportivo “o Pevidém jogou num dos melhores campos da região”, “em Pevidém a história podia ter sido outra”.
A direção vai sentar-se e conversar sobre o futuro, de forma a organizar o clube, sendo uma coisa certa: “É algo que está fora de questão não jogar em Pevidém”. “Foi um erro que cometemos, de criar expetativas que poderíamos melhorar infraestruturas no nosso campo, e não conseguimos uma coisa nem outra, nem o plano desportivo nem nas infraestruturas. Não é fácil jogar sempre num campo onde não conseguimos treinar uma vez sequer durante a semana, num campo diferente do nosso, mais distante das bancadas”.
Tal como o Jornal de Guimarães deu conta, o clube de Pevidém está a trabalhar com o município uma solução que permita ao Pevidém dar o salto qualitativo ambicionado a nível de infraestruturas. “Estamos a trabalhar com a câmara, este é neste momento o maior problema do Pevidém, as infraestruturas, tanto para o futebol sénior como para a formação. Estamos a trabalhar para o mais rápido possível criar infraestruturas”, concluiu.