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Da subida temporária ao ingrato terceiro lugar numa época memorável

Pevidém esteve em posição temporária de acesso à Segunda Liga por dez minutos, mas falhou essa subida inédita após a reviravolta operada pelo Anadia, que ultrapassou os vimaranenses.

29 maio 2021 > 22:00

Em Pevidém, morou virtualmente uma equipa de Segunda Liga… por cerca de dez minutos. Quando o penálti convertido por Schurrle adiantou o Sporting de Braga B ao Trofense, ao minuto 35 do jogo que se disputava em Esposende, os cavaleiros de São Jorge subiam provisoriamente ao primeiro lugar da fase de apuramento, com 12 pontos, mais dois do que os homens da Trofa.

Assim era, porque os vimaranenses estavam a vencer o Anadia por 1-0, graças ao tento de Emanuel, à passagem do minuto 22. Esse cenário desfez-se, porém, no último lance da primeira parte, quando Costinha derrubou Leandro Borges no interior da área pevidense, de forma aparentemente desnecessária. Fausto Lourenço repôs a igualdade com uma penalidade cobrada para o meio da baliza e devolveu a liderança ao Trofense, ao mesmo tempo que as esperanças dos homens da Bairrada cresciam quanto a uma ascensão à Segunda Liga na linha de meta.

As aspirações dos homens de João Pedro Coelho esfumaram-se definitivamente quando estavam balanceados para o ataque e sofreram um golpe certeiro de Cícero: o recém-entrado avançado respondeu a um cruzamento de Fausto Lourenço com um cabeceamento picado para o fundo das redes. Estavam decorridos 82 minutos e o tempo para a reviravolta pevidense que daria o acesso à Segunda Liga escasseava. O resultado assim permaneceu. A turma do distrito de Aveiro precisava que o Trofense perdesse para consumar o regresso ao segundo escalão 37 depois, mas os homens do Vale do Ave seguraram o empate frente ao Braga B. No fim, ninguém fez a festa no Comendador Albano Martins Coelho Lima, apesar dos patamares de excelência atingidos por ambos os conjuntos ao longo da temporada.

 

 

Primeira parte dominadora... estragada pelo penálti

O embate demorou a carburar. Só 15 minutos depois do apito inicial, a partida começou a ganhar sentido; o sentido da baliza do Anadia. As trocas de bola entre Tiago Ronaldo, Costinha e Pedrinho na manobra ofensiva começaram a fluir, possibilitando à turma de João Pedro Coelho instalar-se junto à área contrária. Daí até aos primeiros lances de perigo e ao golo inaugural foi uma questão de minutos: o remate em arco de Costinha embateu na trave e a tentativa de Tiago Ronaldo, na sobra, obrigou Manuel Gama a uma defesa atenta. 

O canto que se seguiu a essa intervenção deu mesmo golo: o espaço concedido pela turma da Bairrada permitiu a Vítor Hugo dominar a bola e assistir Emanuel. Já na pequena área, o defesa central atirou para o fundo das redes sem dificuldades, marcando um golo que deu ainda mais confiança à turma de Guimarães.

Os cavaleiros de São Jorge galopavam confiantes para o ataque, não dando sequer hipótese ao Anadia de ter bola. A partida manteve essa feição até aos 40 minutos, quando os comandados de Miguel Valença conseguiram finalmente encetar uma reação, aproximar-se da baliza... e restabelecer o empate, na sequência de um penálti aparentemente escusado de Costinha, que derrubou Leandro Borges quando este saltava para dominar uma bola, ainda longe da baliza. O juiz António Moreira não hesitou em apontar a marca do castigo máximo, a partir do qual Fausto Lourenço bateu André Preto, com um remate para o meio da baliza. 

 

Esperanças frustradas pela cabeça de Cícero

Embalado pela igualdade num momento-chave, o Anadia entrou mais solto para a segunda metade do jogo e apareceu regularmente junto à área pevidense no primeiro quarto de hora, embora sem lances de perigo. A dinâmica do adversário obrigou o Pevidém a reorganizar-se para assentar o seu jogo e partir de novo para o ataque, algo que começou a fazer insistentemente a partir do minuto 65. As equipas tinham cada vez mais espaço para o contragolpe, mas as oportunidades escasseavam.

E assim continuou até aos 82 minutos, quando o recém-entrado Cícero resolver a partida e esfumar as hipóteses de subida do Pevidém: Fausto Lourenço ganhou espaço na esquerda e cruzou para o primeiro poste, onde surgiu o antigo avançado de Vitória, Moreirense, Sporting de Braga, Paços de Ferreira e Rio Ave a cabecear para o fundo das redes como mandam as regras, apesar do esférico ter ainda tocado em André Preto. 

Pevidém e Anadia continuaram a lutar com o que tinham nos minutos finais, mas o que sobrou em entrega, faltou em discernimento que pudesse levar a mais alguma alteração no marcador. O desaire atirou o Pevidém para um ingrato terceiro lugar na fase de subida, após uma época em que o objetivo da Liga 3 foi cumprido logo em abril e o sonho do segundo escalão esteve em aberto até ao fim.

 

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