Dezenas de atletas de fundo e meio-fundo concentraram-se no tartan da Pista de Atletismo Gémeos Castro na manhã soalheira de 06 de novembro, um sábado. São parte da Team El Comandante, clube batizado em alusão à figura do olímpico Ricardo Ribas que encara a nova época com mais protagonistas: o número subiu de 74 para 102.

O presidente da Associação de Atletismo de Braga, Manuel Pacheco, compareceu à apresentação da versão 2021/22 do emblema com mais federados entre a mão cheia que compete em Guimarães. “A Team El Comandante tem 102 atletas. O Vitória SC perto de 60. O CR Candoso tem 20 a 25, a JUNI cerca de 20 e o Airão Curviã uma dúzia”, enumera. O Núcleo de Atletismo das Taipas (NAT), que tinha 30 federados em 2020/21, ainda não se inscreveu para a nova época, mas “deve fazê-lo”, revela.

O pelotão vimaranense oscila assim entre os 210 e os 250 atletas, com a maioria a dedicar-se à estrada. A Team El Comandante tinha até agora “atletas de segunda linha”, mas, com o crescimento previsto, pode “ombrear com as melhores equipas portuguesas” nas provas de fundo, afirma o dirigente. Já o Vitória SC tem núcleo de estrada, mas distingue-se dos restantes pelo grupo mais jovem “vocacionado para barreiras, velocidade, salto em comprimento ou lançamentos”, disciplinas mais técnicas, acrescenta.

Ao olhar para o panorama do território, Manuel Pacheco enaltece a pista de atletismo – é uma das duas no distrito, a par da do Estádio 1.º de Maio, em Braga. Mesmo requerendo “algumas intervenções” ao fim de quase 20 anos, a infraestrutura dá as “condições necessárias” para treino. Em contraponto, o responsável crê que falta maior “esforço da comunidade” e de autoridades como as Juntas de Freguesia para se dinamizar o atletismo e organizar mais competições, dando Famalicão como exemplo a seguir.

Pela estrada fora “mais seguros”

Ricardo Ribas é o principal rosto da Team El Comandante, emblema que se reforçou para 2021/22 com nomes como André Silva, Jéssica Pontes e Henrique Pires, detentores de títulos regionais e nacionais. Vocacionada para as disciplinas mais longas de pista, para a estrada e para o corta-mato, o clube tem agora equipas masculina e feminina “competitivas”, que podem “lutar por alguns lugares do pódio a nível regional” e pelos 15 a 20 primeiros a nível nacional, frisa o atleta que marcou presença nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Mas a fundação do clube a 18 de setembro de 2019 teve outra motivação: a de garantir que há mais gente com seguro desportivo. “A partir do projeto Training the Online Distance, que coordeno, vi que muitos atletas de pelotão não estavam federados, nem tinham seguro desportivo. Senti necessidade de criar um clube por isso”, esclarece. Na Team El Comandante, todos os atletas têm seguro e equipamentos pagos pelos patrocinadores, reitera.

A coletividade distingue-se ainda pelo facto de 60% dos desportistas residir fora de Guimarães. Lisboa tem um polo com cerca de 40 atletas, mas a Team El Comandante está também em Braga, em Aveiro e até além-fronteiras – Espanha, França e Suíça. “É um clube aberto ao mundo todo”, assinala.