Cónegos sem xadrez para roubarem os pontos (e a bola) ao FC Porto
Moreirense defendeu até ao único golo do desafio e depois foi manietado pela circulação portista até à expulsão de Grujic e depois do vermelho a Steven Vitória. Pelo meio, André Luís atirou à barra.

O empate pairou no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas ao minuto 80. André Luís sofrera a falta que ditou o segundo amarelo e consequente vermelho a Marko Grujic e teve a oportunidade de cobrir o livre. Com o pé direito, fez a bola descrever um arco que contornou a barreira e esbarrar com estrondo na trave. Na recarga, Ibrahima atirou por cima.
O lance foi um oásis numa performance ofensiva quase nula do Moreirense. À exceção dos 10 minutos finais, onde tentou o que podia para responder ao golo solitário de Evanilson e teve mais uma oportunidade, por Derik Lacerda, a turma de Ricardo Sá Pinto raramente teve bola e construiu. Mais, as dificuldades para retirar a bola do controlo portista sucederam-se. A equipa de Guimarães perdeu assim por 1-0 frente ao líder do campeonato, para a 23.ª jornada da Liga Bwin, e queda-se pela 17.ª e penúltima posição do campeonato, com 19 pontos.
Esse cenário foi mais vincado na primeira parte, e os números comprovam-no. Fizeram oito remates contra dois dos vimaranenses. Nos pontapés de canto, o registo foi exatamente igual. A posse de bola foi de 65%. E marcaram um golo por Evanilson, ao minuto 40. Mas apesar de tamanho volume ofensivo, nem sempre a baliza verde e branca esteve no limiar de sofrer. Foi entre o minuto 15 e 20 que o Moreirense passou por mais calafrios: Pasinato opôs-se a um remate de Taremi para manter a baliza a zeros, antes de Fábio Vieira, num livre estudado, rematar ao lado quando parecia ter tudo para marcar.
Antes disso, os homens de Ricardo Sá Pinto aguentaram as investidas portistas. Com três caras novas face à goleada de Famalicão – Matheus Silva, Steven Vitória e Jefferson Júnior substituíram, respetivamente, Paulinho, Rosic e Fábio Pacheco -, o Moreirense foi um bloco quase sempre compacto perante um adversário que tateava caminhos para o golo, mas, na hora de ter a bola, foi praticamente inexistente.
Assim, a equipa de Moreira de Cónegos limitou-se a proteger a baliza até à hora em que Taremi ultrapassou Artur Jorge em velocidade, entrou na área pela esquerda e assistiu Evanilson para a emenda decisiva sem oposição. O nulo estava desfeito e o Moreirense precisava de reagir. A verdade é que os cinco minutos que restavam para o intervalo bastaram para sujeitar o FC Porto a calafrios.
Yan Matheus ultrapassou Fábio Cardoso aos 43 minutos e foi derrubado por Uribe no limite da área. Luís Godinho assinalou grande penalidade, antes de consultar o videoárbitro. Ao examinar o lance, o juiz da Associação de Futebol de Évora considerou que o extremo brasileiro cometeu falta sobre Fábio Cardoso e anulou a sua primeira decisão. Já na compensação, Rafael Martins pediu penálti após mão de Mbemba; o central portista tocou efetivamente na bola com o braço, mas o árbitro mandou seguir.
Esse ímpeto pareceu ficar no balneário, já que o FC Porto retomou o seu estatuto de dono e senhor do jogo a abrir a segunda parte: até aos 65 minutos, os homens de Sérgio Conceição circularam a bola ora no meio-campo defensivo, ora na metade atacante, embora sem ocasiões de golo.
O duelo só aqueceu com a entrada de Derik Lacerda para o lugar de Yan Matheus, ao minuto 73. O ala brasileiro deu um novo fôlego à equipa verde e branca, que se viu em superioridade numérica após novo cartão amarelo a Grujic, por nova falta sobre André Luís, outro dos dínamos do ataque cónego.
Essa superioridade numérica viria porém a ser desfeita cinco minutos depois, num lance a meio-campo entre Steven Vitória e Otávio. O central luso-canadiano acertou no médio portista após cortar a bola e Luís Godinho assinalou falta. Inconformado com a falta e o amarelo exibidos, Steven continuou a protestar e o juiz da partida deu-lhe outro amarelo de seguida, expulsando-o.
Estava reposta a igualdade numérica em campo para uns 10 minutos com emoção, mas sem golos.