Da equipa que atingiu a manutenção à penúltima jornada da época 2020/21 até àquela que disputou as finais da Taça de Portugal e da Taça Federação com duas das melhores equipas nacionais, o caminho percorrido pelo Vitória SC foi longo: de uma temporada para a outra, o treinador mudou, a maioria das jogadoras mudou e a criação de uma equipa coesa a partir daí foi um processo em crescendo ao longo da temporada, culminando numa final da Taça Federação disputada até ao último jogo, com o Sporting.

Depois da resposta de sábado à derrota no jogo em casa, que abriu a eliminatória decisiva, as mulheres treinadas por Hélder Andrade dominaram o primeiro set deste domingo, mas sucumbiram nos pontos decisivos, não mais se recompondo desse abalo. A jogar em casa, a equipa verde e branca venceu o encontro com parciais de 27-25, 25-15 e 25-19.

O primeiro set esteve à altura da emoção que se espera de uma final, com as performances de ambos os lados a espelharem os altos e baixos de uma montanha russa. A equipa de Hélder Andrade entrou mal, a perder por 4-0, mas os remates fortes de Manu Araújo surgiram e o ciclo de serviços a cargo de Samaret Carballo fez o resto, transformando a desvantagem numa vantagem de 9-8.

Apesar do desconto de tempo pedido pelo treinador leonino, Rui Pedro Costa, a equipa de Guimarães manteve-se por cima, com uma nova protagonista a emergir – Jéssica Carriel, com os seus remates diagonais e amorties – até ao Vitória fixar uma vantagem de 18-14.

Quando o primeiro set parecia encaminhado, o Sporting lançou do banco uma jogadora que viria a mudar o curso da partida – Katherine Regalado fortaleceu o remate, o bloco e a defesa leoninas, ajudando a sua equipa a reentrar na discussão do set. Apesar do equilíbrio, o Vitória manteve a dianteira e fez o 24-21 por Manu Araújo, antes de esbanjar a margem num remate para a rede e em dois remates para fora. O Sporting acabou por vencer por 25-27.

Os erros a fechar o primeiro set abalaram a confiança da equipa para o segundo: apesar do equilíbrio até aos 6-6, as vitorianas perderam-se aos poucos, com erros ora na receção, ora na distribuição. Entre um ou outro ataque com a fluidez do primeiro set, havia vários em que a bola esbarrava no bloco leonino ou ia para fora. Além disso, a defesa leonina mostrava-se mais robusta a travar os disparos vimaranenses.

O fosso entre Sporting e Vitória alargou-se até ao 25-15, consumado com um serviço para a rede de Florencia Giorgi, outro dos problemas evidenciados ao longo do set.

O terceiro set assumiu contornos semelhantes ao primeiro, com as equipas a manterem-se equilibradas até ao 18-17 para o Sporting. Após uma breve paragem, o Vitória recaiu de novo na sua pior versão, com vários remates para fora, para a rede e para o bloco adversário que encaminharam as anfitriãs para o triunfo por 25-20, que selou o encontro, a Taça Federação e a época 2021/22 para lisboetas e vimaranenses.

Finalista derrotado da Taça de Portugal, o Vitória levou a final da Taça Federação até ao terceiro e decisivo jogo, depois de já ter eliminado Clube Kairós e Porto Vólei sem a vantagem do fator casa.