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Com uma nova liderança, a “dinâmica” da ACM quer-se igual. A “exigência” também

Eleito presidente a 25 de março, Joaquim Mendes fala sobre os desafios da associação com mais corredores federados no país para os próximos dois anos, desde o financiamento até ao ciclismo feminino.

19 abril 2022 > 08:00

Num rápido exercício de memória aos três primeiros meses de mais um ano velocipédico – equivalente a um ano civil -, Joaquim Mendes constata que o número de corredores filiados na Associação de Ciclismo do Minho (ACM) supera os três mil, distribuídos por “mais de uma centena de clubes” e pelas vertentes de estrada, BTT XCO (cross-country olímpico), BTT maratona, BTT downhill e BTT downhill urbano.

“Isso faz de nós a associação, se não a mais forte do país, a mais dinâmica. Mesmo nestes dois últimos anos, com enormes dificuldades, mantivemos o mínimo de provas [30]”, salienta o novo presidente da associação fundada em 1977, eleito para as épocas de 2022 e de 2023 a 25 de março, em assembleia-geral,

Chefe de fila de um “núcleo duro de continuidade” face às direções de José Luís Ribeiro, o agora vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, o dirigente tenciona manter a “exigência profissional” empregue na promoção de uma modalidade da qual é “difícil desligar”, pese os recursos “amadores” – o orçamento anual ronda os 160 mil euros. “Costumamos dizer que, para sermos dirigentes da Associação de Ciclismo do Minho, até pagamos”, brinca.

Ligado à associação desde 2009, Joaquim Mendes presenciou a expansão do BTT, com a consequente abertura do Centro de Ciclismo do Minho, em Santa Maria de Souto, em 2018, e a aposta no Grande Prémio do Minho em juniores como bandeira da vertente de estrada. Interrompida em 2020 e em 2021, a corrida é uma das 29 provas calendarizadas para 2022, entre 10 e 12 de junho, após ter recebido, em 2019, cinco equipas espanholas, a colombiana Ingenieria de Vias – Monsalud e a belga ACROG – Pauwels Sauzen, que teve Remco Evenepoel nos seus quadros, para além das 17 lusas.

Já o regresso do Grande Prémio do Minho para profissionais, organizado pela última vez em julho de 2010, é “impensável”, reconhece o novo presidente. A ACM suspendeu a prova de 2011, após o orçamento para policiamento, até então a rondar os oito mil euros, superar os 10 mil.

“Um dia de Grande Prémio do Minho para profissionais dá-nos para dia e meio ou dois dias de juniores. E as equipas profissionais vinham aqui treinar para a Volta a Portugal”, assinala, antes de referir a “enorme dificuldade em angariar dinheiro vivo” para patrocínios, contornada por “parceiros” que garantem “várias permutas” e pelo apoio dos municípios.

 

As pedaladas (com dificuldade) do ciclismo feminino

Certo de que o BTT é a vertente que “mais ocupa o calendário”, de que os centros ciclistas em Barcelos e em Viana do Castelo alimentam a formação na estrada e de que a pista da Penha é referência no downhill, Joaquim Mendes admite que o “género feminino tem surgido com alguma dificuldade”, mesmo sendo cada vez mais “aposta”. Um dos incentivos em curso é o de atribuir pódios femininos nas provas da formação, que misturam os dois géneros até aos 14 anos.

“Em termos regulamentares não há distinção; correm todos a mesma corrida e há um pódio. Mas para incentivar a participação feminina, fazemos o pódio da prova, e, ao mesmo tempo, um pódio feminino, mesmo que tenha a 12.ª, a 15.ª e a 17.ª classificada”, explica.

O passeio Dia Um de Portugal, criado em 2009 para promover o “ciclismo de lazer” e o “convívio entre participantes”, é outro dos regressos deste ano, a 24 de junho.

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