Com nervos e muito suor à flor da pele, o Vitória impõe-se à Ovarense
A supremacia nos últimos ressaltos do jogo foi a chave para a equipa de Miguel Miranda desbloquear um jogo equilibrado e intenso de princípio a fim, no início da fase de manutenção da Liga Betclic.

A 9,9 segundos do fim, o Vitória vencia por 93-87 e parecia ter o duelo com a Ovarense, o primeiro na fase de manutenção na Liga Betclic masculina de basquetebol, resolvido. Mas um cesto adversário num ataque e um erro na reposição subsequente fixou um resultado de 93-91. O Vitória não tinha mais margem para errar na saída de bola.
Após desconto de tempo, a equipa aguentou a pressão alta dos vareiros com uma saída limpa e selou o 95-91 final com um cesto do jovem Manuel Magalhães. Os homens de Guimarães começaram assim a luta pela permanência com um êxito perante um adversário teoricamente difícil, num embate em que Malcolm Drumwright, com 28 pontos, e Carlos Cardoso, com 23, foram os destaques.
Equipa de Miguel Miranda marcou os dois primeiros pontos do jogo, mas esteve quase sempre mais desconfortável do que o adversário ao longo do primeiro período. Velozes a subirem para o ataque, os vareiros confundiram vários posicionamentos vitorianos, e os lançamentos surgiram com espaço e naturalidade, cimentando a vantagem até aos 23-15.
Com uma manobra ofensiva dependente da capacidade dos bases Carlos Cardoso e André Bessa em criarem espaço, o Vitória concluiu vários ataques no limite do tempo, mas a insistência valeu uma reação que acabou num parcial de 8-0 nos últimos dois minutos, devolvendo a vantagem aos anfitriões (26-25).
As fragilidades do jogo vitoriano, principalmente nas marcações, não se esvaíram, contudo. A Ovarense continuou a encontrar soluções para lançamentos confortáveis e voltou à dianteira no arranque do segundo período, apesar dos vitorianos terem sempre resposta para se manterem em jogo, pese a falta de soluções coletivas de ataque aqui e atrapalhações ali. Com um parcial de 6-0, os anfitriões repuseram a vantagem e impuseram uma toada de equilíbrio que se começou apenas a desfazer no último período.
O marcador fixava 49-49 ao intervalo e 66-67 no final do terceiro período, provas de duas equipas coladas uma à outra por muito tempo.
A toada de marcação cerrada à vantagem da equipa deu lugar, nos últimos 10 minutos, a um jogo mais partido, com mais adrenalina e várias decisões precipitadas de ambas as equipas. O Vitória pareceu em maus lençóis nos primeiros dois minutos, quando Eric Coleman foi excluído e os visitantes estabeleceram uma diferença de seis pontos (78-72).
No entanto, um ataque de dois pontos, acrescido de uma falta que valeu um terceiro na linha de lance livre, pareceu revitalizar a equipa e despertar os cerca de 150 vitorianos que se encontravam no pavilhão. O ambiente tornou-se mais ruidoso, as equipas entregaram-se ao limite por cada bola, e a balança começou a pender para o lado vitoriano, graças ao capítulo do ressalto: os comandados de Miguel Miranda foram capazes de limpar a área em redor do seu cesto e foram capazes de algumas emendas na outra área, mesmo quando a pontaria dos lançamentos não era a melhor.
A 54 segundos do fim, os homens de Guimarães venciam por 91-85, mas dois erros em duas reposições de bola colocaram de novo os vareiros na discussão do jogo. Ainda assim, os frutos da transpiração vitoriana não apodreceram.