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Cerca de 600 atletas e mais de 70 clubes nos nacionais de corta-mato

O Parque de Lazer da Cidade Desportiva é o palco da 22.ª edição dos campeonatos, a 19 de março. Concentração de atletas de meio-fundo a Norte justifica aposta, adianta a Federação.

09 março 2022 > 15:30

A época de corta-mato de distância curta está a terminar, e o Parque de Lazer da Cidade Desportiva é um local “amplo” e com “excelente visibilidade” para os campeonatos nacionais que se avizinham, esclareceu o coordenador da prova, Paulo Bernardo, durante a apresentação dos campeonatos nacionais, decorrida no Salão Nobre da Câmara Municipal. Marcada para 19 de março, a 22.ª edição vai reunir cerca de 600 atletas de todo o país, inscritos em mais de 70 clubes e repartidos por quatro escalões: sub-18, sub-20, sub-23 e seniores, bem como os veteranos, quer em femininos, quer em masculinos.

Para o responsável, o evento será uma “excelente oportunidade” para os atletas jovens “mostrarem o seu potencial”, num tempo em que cada vez mais gente se dedica ao meio-fundo – distâncias de 800 a 3.000 metros em pista -, principalmente no Norte. “Temos tido um crescimento muito significativo nas corridas de meio-fundo. As deste campeonato serão de quatro quilómetros”, disse.

O presidente da Associação de Atletismo de Braga, Manuel Pacheco, frisou que a competição, assente numa distância “vocacionada para atletas de escalões mais jovens”, tem “tradições em Portugal” e gera “muito entusiasmo”. Já a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), por intermédio do seu líder, defendeu que os campeonatos são “um investimento local”, mas também para o país, tendo em conta a “identidade própria” do corta-mato de distância curta e o ensaio que ele constitui para uma carreira de meio-fundo na pista; para Jorge Vieira, o exemplo mais claro dessa relação é Rui Silva, recordista de campeonatos de corta-mato curto – venceu nove edições – e bronze nos 1500 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

A nível feminino, Anália Rosa é a atleta mais titulada, com cinco vitórias entre 2000 e 2006. Desde 2015, Rui Pinto (Benfica) é o atleta que mais se destaca entre os seniores masculinos, com três ouros até 2019, ao passo que, no género feminino, Mariana Machado (Sporting de Braga) é o nome a ter em conta: venceu as últimas três edições.

 

 

“É dramático que só um terço dos concelhos tenha pista”

Elogioso para com as condições que a Câmara Municipal de Guimarães disponibiliza para o atletismo, com uma pista que “permite a oficialização dos resultados”, motivando os atletas a correr nela – a Pista Gémeos Castro assinala 20 anos no fim do mês -, Jorge Vieira mostrou-se desagradado com o desinteresse do meio político perante a modalidade que “mais praticantes tem no país”, reunindo os corredores federados e aqueles que “praticam regularmente corrida” sem se inscreverem em clubes.

“O atletismo é o desporto de base número um, porque replica os gestos naturais da humanidade: correr, saltar, lançar”, vinca o presidente da FPA. “É uma modalidade imbatível, por ser para todos e para toda a vida”.

Para exemplificar as dificuldades a que aludiu, o dirigente lembrou que só “um terço dos concelhos do país têm pista de atletismo”. O distrito de Viseu representa o “caso mais dramático”, acrescenta. “Em 24 concelhos, não há uma pista equipada a funcionar. Estamos a falar da única modalidade que tem campeões olímpicos no país”, alertou.

Ao lado de Jorge Vieira, o vereador da Câmara Municipal para o desporto testemunhou o “privilégio” que Guimarães sente, pela “sua história” e pela “valia técnica” de quem nela participa. “Entendemos estas provas como fundamentais para a afirmação do nosso território enquanto espaço de prática desportiva. Os campeonatos trarão mais visibilidade e ajudarão a melhorar a perceção do nosso concelho”, disse Nelson Felgueiras.

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