"Caso Marega". TAD dá razão ao Vitória e anula três jogos à porta fechada
"Não ficou demonstrado que a Vitória SC tenha promovido, ou sequer consentido ou tolerado os cânticos racistas em questão", diz o acordão do Tribunal Arbitral do Desporto.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) deu razão ao recurso apresentado pelo Vitória SC e anulou e revogou a decisão do Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que tinha condenado o clube a três jogos à porta fechada e a uma multa de cerca de 54 mil euros devido aos acontecimentos de 16 de fevereiro de 2020, em jogo disputado no Estádio D. Afonso Henriques com o FC Porto, marcado pelo "caso Marega".
O Tempo de Jogo apurou que no acórdão é referido que ““(…) não ficou demonstrado que a Vitória SC tenha promovido, ou sequer consentido ou tolerado os cânticos racistas em questão, pela simples razão de que não ficou provado, nestes autos, que a Vitória SC tenha tido um conhecimento efetivo e/ou atempado da ocorrência dos factos em causa, que lhe permitisse encetar uma reação efetiva aos acontecimentos em tempo útil.”
Em julho, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) tinha anulado um jogo à porta fechada imposto ao Vitória SC por causa da alegada ausência de som na videovigilância.
O caso remonta a fevereiro de 2020, quando Marega, então avançado do FC Porto, deixou o relvado aos 70 minutos na sequência de insultos racistas, e o Vitória foi sancionado com mais três jogos à porta fechada por parte da FPF, entretanto já cumpridos: Famalicão (derrota por 1-0), a 12 de maio, Benfica (derrota por 3-1), a 19 de maio, e Leixões (triunfo por 4-1).
Num despacho de 20 de outubro de 2020, a APCVD puniu o Vitória com uma “sanção acessória de realização de três espetáculos desportivos à porta fechada, com início do cumprimento da sanção após regresso do público aos espetáculos desportivos” e com uma multa de 55 mil euros.