Caso Marega: Supremo anula jogo à porta fechada ao Vitória por falta de som
Supremo Tribunal Administrativo considera que o acórdão do Tribunal Central Administrativo do Sul está “bem fundamentado”, negando o recurso da Federação Portuguesa de Futebol.

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) confirmou a anulação do jogo à porta fechada imposto ao Vitória SC devido à ausência de som nas gravações de videovigilância do jogo com o FC Porto, de 16 de fevereiro de 2020, marcado pelo Caso Marega, informa esta quarta-feira a Lusa a partir do acórdão datado de 07 de abril. O clube de Guimarães foi também absolvido de pagar uma multa de cinco mil euros.
O STA não admitiu o recurso interposto pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sustentando que "as instâncias decidiram, no essencial, no mesmo sentido e o acórdão recorrido parece estar corretamente fundamentado, através de um discurso plausível, quanto às questões submetidas pela recorrente à sua apreciação".
O Conselho de Disciplina (CD) da FPF tinha condenado a SAD vitoriana em 18 de maio de 2021, após não ter cedido as gravações captadas pelo sistema de videovigilância do Estádio D. Afonso Henriques no jogo que os dragões venceram por 2-1 e que ficou marcado por insultos racistas dirigidos ao futebolista maliano.
O Vitória recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto que deu razão aos minhotos, julgando procedente o pedido de revogação do acórdão recorrido.
Posteriormente, a FPF recorreu desta decisão para o Tribunal Central Administrativo (TCA) do Sul que negou provimento ao recurso, sustentando que o Vitória não poderia ser penalizado pela ausência de som nas gravações, porque o sistema de videovigilância instalado no estádio não prevê a gravação de som em todas as câmaras.
“Admite-se que o sistema seria mais eficaz com a simultânea recolha de som e imagem, mas não foi isso que foi previsto, aprovado e instalado, uma vez que só existirá recolha de som por zona e não por câmara, sendo que em cada zona haverá mais do que uma câmara”, refere o acórdão.
O Vitória já cumpriu, entretanto, três jogos à porta fechada, por insultos racistas a Marega, aplicado pelo CD da FPF, perante o Famalicão e o Benfica, na temporada passada, ainda à porta fechada e na partida com o Leixões, para a primeira fase da Taça da Liga 2021/22.