Cardoso: “almofada financeira” sustenta aposta na diversidade a recrutar
Apostas em futebolistas a “baixo custo” do mercado português ou em “talento” estrangeiro, fruto de parcerias, são eixos do programa da lista A, que promete gestão financeira com “riscos controlados”.

As contas do Vitória SC – clube e SAD – prometem ser um dos assuntos mais discutidos no trajeto rumo às eleições de 05 de março, e constam igualmente do programa da candidatura Mais Vitória, liderada por António Miguel Cardoso.
Segundo nome mais votado em 2019, atrás de Miguel Pinto Lisboa, o empresário recandidata-se à presidência vitoriana com a promessa de “angariar mais parceiros ou investidores de negócio”, estando desde já assegurada “uma almofada financeira para os compromissos imediatos”, reitera o programa da lista A; no final da época 2020/21, a SAD apresentou um resultado líquido negativo de 8,2 milhões e detinha um passivo de 61,7 milhões.
Quanto ao eixo financeiro, um dos seis que constituem o documento, a candidatura tenciona ainda “diversificar as fontes de obtenção de receita” e “criar maior envolvência com o tecido empresarial da região”. A partir daí, António Miguel Cardoso compromete-se a “realizar imediatamente uma auditoria às contas da SAD”, a prestar informação sobre as transferências de jogadores, segundo o exemplo das “obrigações e boas práticas das Sociedades Anónimas Desportivas cotadas” e apresentar o relatório e contas da SAD nas assembleias-gerais do clube.
A lista A defende ainda uma “gestão com riscos controlados”, sem “nunca colocar em causa as ambições desportivas de manter equipas profissionais vencedoras”, quer “equilibrando os resultados operacionais”, quer controlando a “massa salarial do futebol profissional” segundo “as regras do fair-play financeiro recomendadas pela UEFA”.
A partir dessa arquitetura financeira, a candidatura Mais Vitória promete constituir uma “estrutura profissionalizada”, com presidente e administração da SAD à cabeça, seguida pelo diretor desportivo, pelo team manager, pela equipa de scouting e pela coordenação da formação.
Essa estrutura deve sustentar uma política para o futebol profissional e de formação que passa pela redução do “número de jogadores do plantel principal” e pela “total independência” face a “interesses de agentes” e pela avaliação anual do desempenho do diretor desportivo.
O recrutamento de atletas para o futebol profissional inclui “jogadores jovens com cláusulas de rescisão elevadas”, “jogadores conhecedores do futebol português a baixo custo”, da Liga Bwin à Liga 3, e parcerias; podem ser internacionais, para aproveitar “talento” desperdiçado por “clubes internacionais de referência”, ou regionais e locais, para “intercâmbio de atletas”.
Com base nessas premissas, o programa afirma a “grande importância da Taça de Portugal e da Taça da Liga”, com vista ao aumento do palmarés do Vitória.
Além do reforço da aposta no futebol feminino, António Miguel Cardoso o aumento do “número de praticantes dos Afonsinhos” e o “desenvolvimento integrado dos atletas”.
Museu, megastore e Convenção Vitoriana
Ainda a nível competitivo, a lista A tenciona “manter as modalidades existentes”, “implementar parcerias com equipas de nível internacional”, estender a marca Afonsinhos a todas os desportos sob a alçada do Vitória e “cultivar” uma “identidade coletiva entre todos os atletas do clube”.
No caso específico da natação, a equipa de António Miguel Cardoso promete analisar a reabertura da piscina dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, encerrada no mandato prestes a terminar. Mas o programa para as infraestruturas contempla igualmente a criação de “novos espaços desportivos” em parceria com a Câmara Municipal, a análise da nova academia e a reformulação do Estádio D. Afonso Henriques, com um estudo para a abertura de novos camarotes, a melhoria das boxes que já existem, a oferta de visitas guiadas pelo recinto e a criação de um museu interativo.
Ainda nesse eixo, a lista A pretende criar uma megastore do clube, sem especificar o local, e instalar um bar de apoio à academia em funcionamento.
Quanto à política para associados, a candidatura Mais Vitória tenciona iniciar a Convenção Vitoriana, instalar a fan zone nos dias de jogos no Estádio D. Afonso Henriques, promover “protocolos de cooperação com os grupos de apoio organizado ao Vitória”, criar o Conselho da Juventude e a figura Embaixador Vitória, bem como “nomear uma comissão de revisão dos estatutos”.
Um último eixo – VSC 2030 – prevê iniciativas como campanhas de solidariedade social, campos de férias e o projeto Família Vitória, para “acolhimento temporário por vitorianos”.