A versão 2021/22 do Pevidém SC é a prova de que uma proposta de futebol agradável, assente na posse de bola, não chega para se conquistarem pontos e vitórias. Os comandados de João Pedro Coelho sabem circular a bola, criam desequilíbrios a partir da referência Pedrinho e marcam golos. Mas sofrem ainda mais, seja por erros individuais, por esporádicas falhas de posicionamento coletivo ou até pela falta de pernas para acompanhar o adversário no seu último forcing em busca de um melhor resultado.

Esse é o resumo da derrota deste sábado em Oliveira de Azeméis, frente a um adversário que regressou à liderança da Zona Norte da Liga 3. Superiores até ao minuto 60, período em que construíram uma vantagem de 2-1, os cavaleiros de São Jorge aguentaram a reação final da UD Oliveirense até ao minuto 86, altura em que surgiu o 2-2, de livre direto. Jorginho ainda teve nos pés o 3-2, mas falhou. E o conjunto pevidense pagou por isso: sofreu mais dois golos no período de compensação, que ditaram a oitava derrota em 10 jornadas.

O Pevidém apareceu no Estádio Carlos Osório como lanterna-vermelha - é 12.º e último da tabela, com quatro pontos -, mas não parecia, pelo que se viu no relvado do Estádio Carlos Osório. Precisa na circulação de bola e dinâmica o suficiente para ter linhas de passe ao dispor, a equipa vimaranense ganhou a batalha do meio-campo sem exagerar na agressividade. Essa supremacia foi a chave para um volume ofensivo superior ao do adversário, refletido pela primeira vez com perigo ao minuto 14 – Vítor Hugo fletiu da direita para o meio e rematou forte para defesa atenta de Nuno Silva.

O guardião oliveirense nada pôde fazer, contudo, para travar o mais bonito pontapé da tarde, dois minutos depois: servido por Vítor Hugo, que aproveitou uma má saída de bola contrária para recuperar a bola, Pedrinho descreveu um arco perfeito num remate com o pé direito, de primeira e quase sem preparação. Estava inaugurado o marcador, coroando o ascendente pevidense.

Pronta e certeira, a reação anfitriã precisou de três minutos para restabelecer a igualdade: o remate de João Paredes era frouxo e até seguia para fora, mas André Preto fez-se ao lance para uma defesa incompleta. A bola ficou à mercê de Marcelo Marques para uma recarga fácil, junto à pequena área.

Até ao intervalo, o jogo prosseguiu numa toada de parada e resposta, com Vítor Hugo a evidenciar-se: o cavaleiro na linha mais à frente ameaçou o 2-1 num remate cruzado ao lado, decorria o minuto 20, e acertou no poste aos 24, numa bola ainda desviada por Nuno Silva. Pelo meio, Duarte Duarte tentou um golo em arco à moda de Pedrinho, mas sem sucesso.

A equipa trajada de azul e branco manteve-se confortável dentro das quatro linhas e ameaçou de novo a baliza contrária no último lance da primeira parte, antecipando a forte entrada que estava para vir após o regresso dos balneários; a baliza mudou, mas o apetite pelo golo manteve-se, sendo de pronto satisfeito; Emanuel cabeceou para o fundo das redes em resposta a cruzamento teleguiado de Pedrinho para o segundo poste. Aos 50 minutos, estava feito o 2-1. E aos 51, o 3-1 esteve a centímetros de distância, em mais um lance de Pedrinho.

O domínio vimaranense só começou a oscilar a partir dos 65 minutos, quer pelo crescente ímpeto atacante da Oliveirense, quer pelo cansaço que, aqui e ali, se apoderava dos comandados de João Pedro Coelho. Ainda assim, a equipa da casa revelou-se quase sempre desinspirada no assalto à área até surgir um livre frontal aos 86, que Marcelo Marques converteu; André Preto poderia ter feito mais para evitar o golo.

Jorginho ainda desperdiçou nova vantagem para o Pevidém num contra-ataque, antes de Marcelo Marques completar o hat-trick aos 90+1 minutos, num remate forte à entrada da área, e de João Marcelo fechar a contagem com um chapéu no último lance do jogo.

O Pevidém fecha a primeira volta na quarta-feira, no duelo vimaranense com o Vitória B, marcado para as 11h00, na Pista Gémeos Castro.