A 125.ª edição do dérbi do Minho para o escalão maior do futebol nacional terminou sem golos e, no geral, desenrolou-se de forma ordeira dentro e fora das quatro linhas, mas as imagens que levaram as peripécias do jogo às casas, cafés e restaurantes de todo o país causaram mal-estar no universo associativo vitoriano; ou melhor, a falta delas.

A Associação Vitória Sempre (AVS) considera que os planos escolhidos pela Sport TV para retratar o ambiente nas bancadas estão longe de espelhar os cânticos que ecoaram pelo Estádio Municipal de Braga. Para a associação de adeptos fundada em 2005, a estação televisiva mostrou quase sempre imagens dos adeptos do Sp. Braga, quando, na maior parte do tempo, ouviram-se os gritos de apoio ao emblema vitoriano.

“Na verdade, durante os 90 minutos, puderam-se contar pelos dedos as vezes que foram apresentados os adeptos vitorianos, apesar dos seus cânticos serem perfeitamente audíveis na transmissão televisiva”, lê-se no comunicado.

Para a AVS, o operador televisivo “preferiu engenhosamente” ocultar os cerca de 500 aficionados vimaranenses, atribuindo “todos os cânticos aos adeptos do clube rival”, num “claro sinal de tratamento discriminatório, parcial, que poderá merecer uma queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social”.

O comunicado sublinha mesmo que esse alegado critério “roçou o cómico” quando o “realizador filmava os mesmos adeptos de sempre e eles calados”, enquanto “de fundo se ouviam os cânticos”.

Por causa deste tratamento que considerou díspar, a AVS endereçou os “parabéns” a Pepa, por “ter falado dos adeptos vitorianos”, após “90 minutos de falsidades e de maquilhagem da verdade”, e pediu ao presidente, Miguel Pinto Lisboa, para “tomar uma atitude” perante a Sport TV, denunciado “os dois pesos e medidas” a que se assistiram.