Atividade física, sedentarismo e saúde
De uma forma prática, entende-se por atividade física moderada aquela na qual o indivíduo consegue falar mas não consegue cantar, pois ficaria ofegante

A inatividade física é um dos principais fatores de risco para diversas doenças crónicas como as doenças cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancros. A nível europeu, a OMS estima que 1 milhão de mortes anuais possam estar relacionadas com níveis de atividade física insuficientes. Em Portugal, os números são alarmantes. Os dados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (2016) mostram que 43% dos portugueses com mais de 14 anos foram consideradas sedentários, 30% moderadamente ativos e apenas 27% foram considerados ativos. Em plena fase pandémica, com necessidade de distanciamento social e recolher obrigatório, acredita-se que a situação seja ainda mais preocupante.
A atividade física, a saúde e a qualidade de vida estão intimamente relacionadas. A prática de atividade física regular tem inúmeros benefícios para a saúde física, mental e social, nomeadamente: ajuda no controlo do peso, reduz os níveis de açúcar no sangue, a tensão arterial e o colesterol, ajuda a reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, controlar o stress e melhorar o funcionamento cognitivo, a aprendizagem e o bem-estar em geral.
A maioria da população aponta a falta de tempo, de motivação e dificuldades económicas como principais entraves à realização de atividade física. Na verdade, quando pensamos nos benefícios em termos de saúde, não estamos à espera que toda a população se inscreva em ginásios ou clubes desportivos. Seria irrealista pensar desta forma e está longe de ser este o objetivo do incentivo à prática desportiva. Sabemos atualmente que todas as pessoas podem beneficiar com a redução do seu comportamento sedentário e a prática regular de atividade física. Para isso, toda a atividade conta! Pequenos gestos como preferir escadas a elevadores, deixar o carro estacionado um pouco mais afastado do trabalho, levantar-se a cada 30 minutos que passe sentado…poderão ser os primeiros passos. As recomendações atuais são de pelo menos 300 minutos por semana de atividade física aeróbia (marcha, corrida, bicicleta, zumba, natação) de intensidade moderada para adultos e 60 minutos por dia para crianças e adolescentes. Em ambos os casos, é essencial reduzir o tempo que passa sentado/deitado e complementar o plano com 2-3 dias de exercícios de fortalecimento muscular (levantamento de pesos, bandas elásticas, flexões/abdominais, yoga e pilates). Mas lembre-se, qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma, e quanto mais melhor.
(De uma forma prática, entende-se por atividade física moderada aquela na qual o indivíduo consegue falar mas não consegue cantar, pois ficaria ofegante)