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Arnado: renda de 300 escudos, o campo que encharcava e o primeiro sintético

Anfiteatro é uma rubrica do Tempo de Jogo que apresenta os recintos desportivos vimaranenses. Vamos até São Torcato, ao Parque de Jogos do Arnado.

28 maio 2021 > 17:50

Um dos mais antigos clubes do concelho de Guimarães, o Grupo Desportivo União Torcatense tem como casa o Parque de Jogos do Arnado. Outrora simplesmente Campo do Arnado, a designação mantém-se ao longo dos tempos, uma vez que antes de ser um recinto para a prática desportiva, no local existia a Quinta do Arnado.

Uma quinta pertencente “a uma família com vastos terrenos em São Torcato, a família Vaz”, segundo dá conta Fernando Abílio, ex-dirigente do clube. Foi pedida a cedência do terreno e, na década de oitenta, ganhou forma o Campo do Arnado. Um Campo do Arando, contudo, diferente do que temos hoje.

O clube já existia, participava em torneios e tinha outros desportos. Mas, aí filiou-se no INATEL e surgiu a necessidade de ter um campo. “Foi pedido o espaço, a família Vaz cedeu o terreno, e inicialmente foi alugado, pagavam duzentos ou trezentos escudos por ano”, conta Fernando Abílio.

De norte para sul e desnivelado

A primeira versão do Arnado era, então, diferente da de hoje. Primeiro porque foi construído com uma orientação diferente da atual, de norte para sul. Os balneários ficavam num terreno contíguo, “um buraco” e face ao desnivelamento a bola chegava a parar na poça de água.

“Os balneários estavam num buraco e os jogadores tinham de sair desse buraco, uma leira lá para o fundo com umas escadas em terra, em que ficava tudo cheio de lama. Até dá para rir porque o campo era ligeiramente inclinado e quando chovia um dos lados ficava literalmente encharcado em água, uma poça de água em que a bola parava, um autêntico pantanal”, atira.

Apenas na década de noventa o campo ganhou os moldes atuais, tendo sido redirecionado. Foi preciso adquirir “mais uma leira” para que se chegasse às dimensões que hoje o recinto do Torcatense possui.

Bancada e sintético pioneiro

À boleia desse alargamento, na década de noventa o Campo do Arnado ganhou a configuração atual. Começou por se reposicionar o pelado após a “compra de mais uma leira” e depois construíram-se duas bancadas, uma no lugar onde está a atual, e outra mais pequena, com três ou quatro degraus atrás da baliza.

Com a subida à 2.ª Divisão B por parte do clube, foi obrigatório melhorar as infraestruturas. O pelado recebeu um tapete de relva natural, e, havendo a necessidade de se esticar o terreno, abdicou-se da bancada de topo.

O evoluir do tempo, e a perceção dos gastos que um relvado natural acalentavam para o clube, e o facto de se tratar de um entrave para a formação, que tinha de jogar em Rendufe, levou a que o Torcatense apresentasse o projeto ao município para a colocação e um sintético. “Fomos pioneiros no relvado sintético, pedimos à câmara e o município ajudou nisso, depois vieram os outros campos todos. Com sintético asseguramos as dez equipas de formação. O campo natural estava sempre uma desgraça, a manutenção daquilo era brutal”, aponta.

Entre os jogos de maio nomeada realizados no Parque de Jogos do Arando, para além dos dérbis históricos, destaca-se o jogo realizado em outubro de 2017: “ficou na memória de toda a gente o jogo da 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal frente ao Marítimo, uma equipa da 1.ª Divisão”, aponta.

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