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Ao (tentar) soltar as amarras a manta ficou curta

Detalhes fizeram a diferença, mas foram demasiados detalhes. Entre o hino ao desperdício do início do segundo tempo e as brechas defensivas, o D. Afonso Henriques assistiu à segunda derrota da temporada.

25 setembro 2021 > 20:00

O Vitória sofreu a segunda derrota da temporada ao ser vergado no D. Afonso Henriques frente ao Benfica. A equipa de Pepa tentou jogar olhos nos olhos com o líder invicto do campeonato, conseguiu-o e até foi superior em diversos momentos do jogo, mas pecou nos detalhes e viu o resultado avolumar-se (3-1).

Sabendo-se de antemão do poderio adversário, os vimaranenses resistiram com resiliência até à meia hora de jogo. No quarto de hora final da primeira metade o encontro descambou, abrindo-se autênticas autoestradas pelo corredor central. Yaremchuk não se fez rogado e aproveitou as deixas, encaminhando desde logo o triunfo encarnado.

Como se diz na gíria, ao tentar soltar-se das amarras e esticar o seu jogo até ao ataque contrariando o domínio adversário, a manta ficou curta defensivamente, os erros individuais sucederam-se e a estratégia montada por Pepa como que desabou.

Ainda assim, não baixou os braços o Vitória. Deu-se ao luxo de protagonizar um autêntico festival de desperdício na segunda metade. Perdidas gritantes de Edwards, golos cantados em mais um uso de vernáculo futebolístico, com a bola a cruzar a área encarnada à espera de ser empurrada para o fundo das redes.

Vivia apenas de saídas em contragolpe o Benfica, quase sempre perigosas e a mostrar a manta curta do Vitória. Num desses lances, já que o Vitória não tirou o bilhete para reentrar no jogo, João Mário aproveitou uma ida ao ataque para dar nova estocada no Vitória, ampliando o resultado para números expressivos.

Apenas de penáti o conjunto de Pepa conseguiu dar expressão ao marcador. Acabado de entrar, talvez até demasiado tarde, Rochinha sacou um castigo máximo que  Bruno Duarte, outro elemento lançado do banco, converteu, acendendo uma réstia de esperança. Acabou por cima o Vitória, mas sempre com a sensação de que não teria capacidade para, nos pormenores, tirar algo palpável do jogo.

Afinal o jogo foi decidido nos pormenores. Mas foram pormenores a mais, inviabilizando o triunfo. De resto, esta tem sido a sina dos últimos oito anos: desde a Taça de Portugal conquistada em 2013 que o Vitória não sabe o que é vencer ao Benfica.

À sétima jornada averba a segunda derrota de um campeonato carente de triunfos. A sensação de que dá para mais esteve, uma vez mais, lá. Mas, tal como a manta, é curto.

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