Ao intervalo, o despertador para o golo e a vitória, com toque André Silva
O ponta de lança despertou da monotonia uma equipa que, na segunda parte, ficou a dever a si mais eficácia no contra-ataque, num jogo ainda marcado pelas polémicas expulsões vitorianas.

O jogo estava morno e os homens de branco e dourado ainda a recuperar de um susto: nos minutos finais da primeira parte, João Mendes bateu Bruno Varela, mas João Correia interferiu com a visão do guardião e a equipa de arbitragem liderada por Manuel Oliveira anulou o lance.
Com o Vitória ainda a abanar daquele golpe ilusório, a primeira metade caminhou então para o último suspiro, aquele que viria a definir a partida. Jota Silva teve cabeça para perceber onde estava André Silva, e o avançado brasileiro tocou com o pé direito antes de desferir o golpe decisivo de esquerdo: rematou contra o relvado, fora do alcance de Paulo Vítor.
Estava feito o golo que viria a dar ao Vitória SC o primeiro triunfo em cinco anos para a jornada inaugural da Liga Bwin.
Num duelo em que a primeira metade foi monótona e a segunda repleta de oportunidades – sobretudo para o Vitória – e polémica, Ibrahima Bamba foi a novidade num onze que, ao longo dos primeiros 45 minutos, evidenciou algumas das lacunas de Split, sobretudo no passe; havia erros que emperravam a construção de jogo, anulando qualquer esboço de fluidez ofensiva. O Chaves aproveitou para dominar territorialmente, mas raramente em terrenos que ameaçassem as redes de Bruno Varela.
Na segunda parte, o perigo rondou as balizas com mais insistência: João Teixeira obrigou o guardião vitoriano a esticar-se para evitar o empate, aos 59, antes de Rúben Lameiras responder com um disparo ao poste, aos 61.
O extremo sobressaiu, aliás, no período de maior domínio vitoriano, com vários contra-ataques desperdiçados. Essa fase durou até aos 82 minutos, quando Manuel Oliveira expulsou Alfa Semedo num lance em que o médio vitoriano saltou muito mais alto do que Jô Batista, acabando por o derrubar com o impulso.
O lance coroou o desfile de amarelos que se viu ao longo do jogo – 11 amarelos, nove deles para vitorianos, e dois vermelhos também para homens da cidade-berço; no final da primeira parte, já três dos quatro defesas vimaranenses estavam amarelados. No final do encontro, Matheus Índio viu dois amarelos a papel químico – lances no meio-campo vitoriano em que travou a progressão do adversário com toques muito ligeiros.
Pelo meio, o Chaves acercou-se das redes vitorianas, mas sem engenho para fazer abanar as redes à guarda de Bruno Varela, quase sempre imperial nos chuveirinhos para a área.
As mazelas foram muitas, mas a vitória ficou bem guardada sob um manto branco e dourado, para ser saboreada e festejada com os cerca de 1.400 vitorianos em Trás-os-Montes.
Ficha de Jogo
DESPORTIVO DE CHAVES 0 - 1 VITÓRIA SC
Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira (7.526 espetadores)
DESPORTIVO DE CHAVES: Paulo Vítor, João Correia, Steven Vitória, Nélson Monte (Patrick, 90+1), Bruno Langa, Kevin Pina (Jonny Arriba, 69), Benny (Guima, 69), João Teixeira (Hélder Morim, 81), João Mendes, Batxi e Héctor Hernández (Jô Batista, 81).
VITÓRIA: Bruno Varela, Miguel Maga, Amaro, Mikel, Hélder Sá, Tiago Silva (Matheus Índio, 86), Ibrahima Bamba (Alfa, 55), Lameiras, André Almeida (Dani Silva, 74), Jota (Nélson da Luz, 74) e André Silva (Anderson, 74).
MOMENTO | FIGURA |
De pé esquerdo para a vitória (45+3') - O jogo não estava a correr de feição, e o Desportivo de Chaves acabara de ver um golo anulado, mas tudo mudou quando Jota Silva teve cabeça e André Silva pés - o direito para a receção e o esquerdo para a conclusão. Estava feito o golo do triunfo. |
André Silva - Ainda que Rúben Lameiras tenha ficado a dever a si mesmo um golo, enquanto dínamo do período de maior ascendente vitoriano, o ponta de lança deu-se a constantes vaivéns entre meio-campo e ataque, mostrando pés para as tabelas e para o remate certeiro. |