André Silva, o "mata-borrão" que aproveita tudo e ajuda a escrever história
Desde 14/15 que o Vitória não ganhava os dois primeiros jogos do campeonato. André Silva voltou a mostrar que não precisa de muito para faturar. A turma de Moreno vacilou no fim, mesmo contra 10.

André Silva não só concluiu uma jogada de excelência que deu o único golo ao Vitória no triunfo contra o Estoril, como ajudou a escrever uma história que não se via em Guimarães há oito anos: os vimaranenses já não ganhavam as duas primeiras partidas do campeonato desde 2014/15. Num jogo em que se viu a jogar contra dez durante 30 minutos, os três pontos ficaram mesmo em Guimarães -- mas não foi fácil. Apesar da superioridade numérica, dá ideia que o Vitória se "partiu" nos últimos 20 minutos e, mesmo com dez, o Estoril ameaçou o empate. A solidariedade defensiva acabou por levar a melhor e o Vitória segura seis pontos em seis possíveis.
Um trio ofensivo abnegado e um meio campo e setor defensivo coesos foram os ingredientes para uma primeira parte segura do Vitória SC. Moreno apostava no mesmo onze que lançou na jornada inaugural da Liga. Não reinaram as oportunidades, mas com ambas as equipas de olhos postos na baliza, o Afonso Henrqiues viu um jogo fluído, com os conquistadores a mostrarem qualidade com bola.
O golo de André Silva – o segundo em dois jogos para o campeonato – foi exemplar nesse capítulo. Num lance em que tudo é bem feito, Lameiras, Tiago Silva e André Almeida trabalham rápido na direita, com o médio internacional pelos sub-21 a descobrir o avançado brasileiro no coração da área. André Silva só tem de encostar depois de encontrar espaço e inaugura o marcador (16’). Tanto em Chaves como neste jogo, o avançado brasileiro aproveita as oportunidades com alta eficácia e catapulta o Vitória para a frente.
O Estoril explorava os flancos mas, apesar de, por vezes, ter conseguido sondar a área vitoriana, os vitorianos mostravam segurança. A juventude também dava resposta – o Vitória iniciou o jogo com apenas três jogadores com mais de 25 anos no onze.
A segunda metade prometia um Estoril mais assertivo. Nos primeiros cinco minutos, pelas alas, Tiago Gouveia e Arthur agitavam o jogo. O primeiro sinal de perigo do Vitória aparece por intermédio de Lameiras. Sempre irreverente e a dar continuidade ao momento de forma, o avançado vitoriano aproveita uma bola solta à entrada da área e remata de pé esquerdo para ver a bola passar perto do poste direito de Dani Figueira.
O ímpeto estorilista dos primeiros minutos ia sendo mitigado pelo crescendo vitoriano, mas também pelo segundo amarelo mostrado ao lateral Gonçalo Esteves. O conjunto de Moreno tinha 30 minutos para jogar em superioridade numérica. Jota Silva ameaçou logo de seguida com um remate tenso (63’), para defesa de Dani.
Moreno entendeu que era hora de mexer e lança para os últimos 20 minutos Anderson Silva, Janvier e Nelson da Luz. No entanto, quando tudo parecia apontar para uma reta final tranquila, o Estoril cresceu e o Vitória partiu-se. E não parecia que o Estoril estava com menos um em campo quando Geraldes descobriu Tiago Araújo, que se isolou, e apenas Varela impediu o empate – por duas vezes, já que a recarga também sobrou para Tiago Araújo.
O apito final lá chegou. O Vitória tem seis pontos em seis possíveis e na próxima jornada defronta o Portimonense.