André Luís volta a ter cabeça para colocar o Moreirense na rota dos pontos
Decisivo nos pontos somados frente a Santa Clara e a Belenenses SAD, o avançado brasileiro garantiu novo empate ao Moreirense, desta feita na receção ao Famalicão.

André Luís. Não há neste início de campeonato jogador com uma relação mais íntima entre os golos marcados e os pontos somados pela sua equipa. Nas três ocasiões em que o ponta de lança marcou, o Moreirense anulou desvantagens e pontuou: assim aconteceu no empate a dois golos com o Santa Clara, garantido em cima do apito final, na igualdade a um com o Belenenses SAD, resgatada ao minuto 86, e, nesta tarde, com o Famalicão.
Decorria o minuto 71, quando o avançado brasileiro, de 27 anos, se esgueirou da marcação famalicense após canto apontado por Felipe Pires e cabeceou para o fundo das redes adversárias. Fixou-se assim o resultado final, depois dos golos de Rafael Martins, que coloriu o marcador aos 11 minutos, e de Simon Banza, autor de um bis aos 20 e aos 48 na estreia absoluta pelo Famalicão.
Os cónegos regressaram a casa com uma mudança no onze, que prenunciava uma disposição mais ofensiva: a entrada de Gonçalo Franco, médio, para o lugar de Steven Vitória, central, determinou a adoção do 4x3x3, em detrimento do 3x4x3 apresentado nas rondas anteriores.
Na primeira parte de um duelo entre dois emblemas do fundo da tabela, sem qualquer vitória até agora, a formação vimaranense jogou com os olhos na baliza de Luiz Júnior, mas só a espaços teve andamento para acompanhar o ritmo, o entendimento coletivo e o consequente volume de oportunidades do Famalicão.
Apesar de Mateus Pasinato ter aparecido cedo em jogo, para se opor aos remates de Diogo Figueiras, ao minuto dois, e de Simon Banza, aos seis, coube à equipa de João Henriques marcar primeiro: mais rápido a chegar à bola no limite da área, Felipe Pires foi empurrado por Riccieli e Rafael Martins aproveitou o castigo máximo para fazer o segundo golo no campeonato; bateu Luiz Júnior com o denominado penálti clássico - bola rasteira para um lado e guarda-redes para outro.
O golo teve efeitos imediatos e não foram positivos para as cores vimaranenses: a formação vestida de azul subiu ainda mais no terreno e as brechas na retaguarda cónega não tardaram a aparecer. Diogo Figueiras e Ivo Rodrigues estavam especialmente interventivos na direita, com o extremo a originar o lance do empate: na sequência de um remate forte e rasteiro à entrada da área para defesa incompleta do guardião cónego, Artur Jorge e Simon Banza embrulharam-se na pequena área, antes do ponta de lança famalicense se revelar mais forte e empurrar a bola para o fundo das redes.
Nem o golo sofrido despertou os anfitriões, que se limitaram a ver o Famalicão trocar a bola até ao minuto 33, quando o pontapé com que Fábio Pacheco quis abanar a inércia cónega foi desviado para canto por Luiz Júnior. Apesar da constante dinâmica ofensiva do outro lado, o Moreirense reequilibrou um pouco as operações antes do intervalo e ainda teve tempo para acertar na trave, num cabeceamento de Rafael Martins.
Novo resgate pelo suspeito habitual
Em nenhuma fase do jogo o Moreirense sentiu tantas dificuldades como no arranque da segunda parte. O ataque famalicense surgiu ainda mais bem oleado do que na primeira parte e encurralou os cónegos na sua área, demorando três minutos a chegar ao golo: pleno de oportunidade, Banza apontou o segundo golo na partida, após cruzamento de Diogo Figueiras.
A reação vimaranense demorou, mas consumou-se gradualmente. A entrada de Walterson dinamizou o ataque, mas decisiva seria a entrada de André Luís aos 69 minutos. O antigo ponta de lança do Desportivo de Chaves marcou o terceiro golo da época dois minutos depois e embalou o Moreirense para uma investida final em busca da vitória. Como o Famalicão não desarmou, assistiu-se a uma fase final partida, com muito espaço para as equipas construírem. O número de oportunidades foi, contudo, inferior ao de fases mais madrugadoras do jogo: faltou discernimento de parte a parte para surgirem mais golos.