De salto em salto, queimando etapas desde a formação até à equipa principal do Vitória SC. André Amaro estreou-se em Alvalade na equipa principal com apenas dezoito anos, algo a ter ainda mais em conta atendendo ao processo natural de evolução da atualidade, que na antecâmara da equipa A tem ainda os sub-23 e a equipa B.

Pedro Costa foi o seu primeiro treinador na formação do Vitória e reconhece que desde a sua chegada a Guimarães André Amaro revelou ser uma grande surpresa. “Foi uma descoberta do departamento de formação do Vitória, na equipa secundária da Académica, e acabou por ser uma grande surpresa. Estou muito orgulhoso e contente pelo percurso que tem tido”, refere Pedro Costa ao TdJ.

O técnico recorda que André Amaro apresentou-se ao serviço como médio, acabando depois por recuar para defesa central. “Veio como médio defensivo, posição seis, era um jogador com uma qualidade de passe muito boa, era extremamente importante na transição defensiva da equipa, porque encurtava muito bem as referências do adversário, sendo forte nos duelos e também no jogo aéreo”, reconhece.

Se é verdade que o jovem jogador desde cedo impressionou, não é menos verdade que esta ascensão meteórica no Vitória SC seria difícil de perspetivar mesmo a quem se rendeu de imediato às caraterísticas do jogador natural de Coimbra. 

“Vimos que tínhamos ali um diamante que pode chegar longe, mas a esta distância perspetivar que poderia neste momento estar a estrear-se na primeira equipa ainda por cima contra o líder do campeonato era um bocado utópico. Não que não se visse qualidades nele, mas na altura não o via como defesa central. Não achei que tivesse velocidade suficiente para controlar a profundidade, há que dar mérito aos colegas que me sucederam, já vi alguns jogos dele na equipa B a central e, realmente teve um excelente rendimento”, analisa Pedro Costa.

Relativamente ao jogo com o Sporting, o técnico destaca a personalidade e a maturidade que André Amaro demonstrou: “Mais do que qualidade demonstrou muita maturidade, nem parecia que tínhamos ali um rapaz de dezoito anos. É um rapaz que merece tudo, é um excelente miúdo, um rapaz muito humilde e que trabalha muito bem. Como se costuma dizer, é o sonho de qualquer pai ter um filho assim”.

Na hora de perspetivar o futuro, Pedro Costa aponta como exemplo um traço identitário de André Amaro para lhe augurar uma carreira que, quem sabe, poderá chegar à seleção nacional. “Futurologias é sempre difícil, mas é um rapaz cujo potencial está à vista de todos. Acima de tudo, como já disse, é um rapaz muito humilde, trabalha muito bem quer jogue quer não jogue. Quando veio começou a jogar, mas lesionou-se. No seu regresso continuou a treinar, deu força ao colega que estava na posição dele, o que é uma mentalidade que me faz acreditar que o Vitória pode ter ali um jogador para futuro e, quem sabe, chegar à nossa seleção”, conclui.