Quando aos 88 minutos Rafael Martins fez as redes abanar, como que de um grito de revolta se tratasse, o Moreirense sentiu a vida nas mãos. Festejo imenso com o golo da igualdade, Sá Pinto festejou com os adeptos, o banco saltou como uma mola para dentro das quatro linhas. O Moreirense tinha de vencer.

Mas, na resposta o Boavista recolocou-se em vantagem com um golo do croata Peter Musa. Fintou Pasinato e com espaço atirou para o fundo da baliza da equipa cónega, que estava balanceada para o ataque à procura do segundo golo.

Final dramático. Desalento nos rostos das gentes de Moreira de Cónegos. Jogadores incrédulos, distribuição de cartões e de advertências pelo banco. Um valente soco no estômago do Moreirense num jogo que, não sendo completamente decisivo, em muito dita o desfecho da época para o Moreirense.

O segundo golo da turma do Bessa foi o culminar de uma prestação tímida do Moreirense, recheada de ansiedade e na qual a importância do jogo em muito se fez sentir nas hostes dos jogadores do emblema de Moreira de Cónegos, que desde os 20 minutos ficou em desvantagem no marcador depois de sofrer um golo da autoria de Gorré.

As contas são simples de fazer: há seis pontos para se disputar e o Moreirense tem quatro de distância para o Arouca, primeiro clube acima da linha de água. Para além de duas vitórias nos derradeiros jogos, os cónegos precisam de uma grande dose de fé para garantir um lugar que dê a salvação.

Sá Pinto acabou o jogo em lágrimas, escondendo o rosto. Um sinal inequívoco da preocupação que reina em Moreira de Cónegos. A jogar de laranja, a cor do alerta em Moreira, o Boavista confirmou matematicamente a manutenção.