Ai, se eu acreditasse no Pai Natal...
E pronto! Estamos numa época em que formulamos desejos em jeito de pedido ao Pai Natal, que aproveitamos a mudança de ano para estipularmos algumas resoluções, que depois acabamos por não cumprir à risca.

Sejam de uma dieta, para ficarmos de consciência tranquila devido aos excessos da quadra, de estilo de vida ou outras.
Foi dentro deste espírito que decidi escrever uma carta aberta ao Pai Natal para ver se ele consegue interceder, junto dos astros, para mudar o rumo do desporto em Portugal.
“Querido, Pai Natal.
Apelo aos teus incríveis poderes para que me ajudes numa missão que para os seres humanos normais é impossível de colocar em prática. Sabes que, aqui por Portugal, como um pouco por todo o mundo, o desporto é algo que mexe com a sociedade e com a nossa forma de viver e conviver.
Há, como já deves ter percebido, uma modalidade que é considerada rainha e que, pela adesão popular que tem, seca tudo à sua volta. Chama-se futebol e não se fala de outra coisa. Será possível fazer com que as atenções mediáticas, a canalização de investimentos financeiros, também abranjam outras, de igual forma espetaculares? Sabes, Pai Natal, já somos dos melhores do mundo em algumas modalidades mas o nosso povo só pensa mesmo em futebol.
E aí também precisávamos que intercedesses para que no próximo ano tudo pudesse ser diferente. Sabes, adoraria ver nos estádios adeptos dos dois clubes, juntos, em confraternização, sem terem de estar separados por polícias armados até aos dentes. Sim, daqueles que vemos na televisão em cenários de guerra e grandes conflitos. Têm de ir todas as semanas ao futebol porque as pessoas não percebem que aquilo é só um jogo e nada mais. Gostava de ver os nossos clubes com gestores mais profissionais e com relações salutares entre rivais, a zelarem pelo bem comum da modalidade. Seria bom que exterminasses os parasitas e sanguessugas que pairam em redor da indústria do futebol. Se não for pedir muito, um desporto que seja mais notícia pelo que se passa no relvado do que pelas buscas da PJ nos gabinetes. E, para não tornar esta lista utópica, faz com que a comunicação social que se debruça sobre o futebol seja mais formativa e informativa e menos incendiária. Sabes, Pai Natal: se tu conseguisses isto tudo eu fazia com que toda gente no mundo passasse a acreditar em ti”.
PS: Como não acredito no Pai Natal, continuaremos a ter mais do mesmo em 2022 e por adiante. Mas deixem lá isso agora. Boas Festas.