skipToMain

À vontade não é à vontadinha. Vamos ter tino?

Para muitos o ‘à vontade’ tem sido ‘à vontadinha’ e são verdadeiramente lancinantes as imagens que tenho visto de estádios com bancadas cheias e a maioria dos adeptos sem máscara.

26 novembro 2021 > 00:00

A minha condição profissional de jornalista na área do desporto fez com que assistisse a mais de três dezenas de jogos de futebol sem público nas bancadas. Transmissões radiofónicas sem a magia do som ambiente que envolve, que entusiasma, que nos transporta para uma outra dimensão. Desejávamos o regresso do trepidar das bancadas, de toda essa vibração. Quando, finalmente, as bancadas começaram a encher, primeiro de forma gradual e agora sem limitações, disse em emissão por diversas vezes que este regresso era uma vitória mas todos devíamos perceber o que estava em causa. A eficácia dessa decisão seria mais da responsabilidade de quem dela iria usufruir do que propriamente de quem a tomava. Apelei frequentemente ao bom senso de todos, ao civismo, à responsabilidade individual dos adeptos.

Para muitos o ‘à vontade’ tem sido ‘à vontadinha’ e são verdadeiramente lancinantes as imagens que tenho visto de estádios com bancadas cheias e a maioria dos adeptos sem máscara. A pandemia não terminou, os números têm sido devastadores e se os adeptos não querem ser novamente votados ao destino do futebol de sofá têm de perceber que tudo depende deles. Pelo cavalgar dos números de novos casos não tardarão as medidas restritivas e, se elas surgirem, ninguém perceberá que os espetáculos desportivos sejam um mundo à parte. O sucesso da vacinação, a sensação de que no verão a covid-19 era já passado, não podem fazer com que baixemos a guarda, com que mandemos às malvas as máscaras e façamos de conta de que à nossa volta está tudo bem. Não, não está! A covid-19 continua aí, está em crescendo e temos de ser nós a combatê-la, na linha da frente, integrando o pelotão da responsabilidade, o batalhão do bom senso.

Como adoro ver um estádio cheio. Como gosto de ver adeptos a vibrarem com os seus clubes. Façamos isso com máscara, evitando abraços e outros aproximações. Tenhamos tino para que as portas dos estádios não se voltem a fechar por completo. Isso seria muito mau. E, se acontecer, muitos dos que agora ignoram a realidade irão ser os primeiros a criticar os decisores.

Tópicos

Subscreva a newsletter Tempo de Jogo

Fique a par de todas as novidades

Opinião Desportiva

Multimédia

Podcast