À porta da final, um Vitória com “ambição” de “lutar de igual para igual”
A ronda decisiva da Taça Federação arranca este sábado, em Guimarães, e o treinador Hélder Andrade pede aos adeptos para ajudarem uma equipa que cresceu ao longo da época, sobretudo em “mentalidade”.

O adversário é o Sporting, e Hélder Andrade sabe que, independentemente do resultado do primeiro jogo, a final da Taça Federação vai-se decidir em Lisboa, daqui a uma semana, sensivelmente. Mesmo sem considerar o “fator casa decisivo” para o play-off que conclui a época, o treinador da equipa de voleibol feminino do Vitória SC diz que o triunfo no jogo inaugural é, para já, o único foco do plantel. E que os adeptos pretos e brancos podem ter um contributo nesse sentido.
“Nesta fase, encaramos cada jogo como uma final. Não olhamos para os que estão para a frente”, realça ao Tempo de Jogo. “Convido todos os vitorianos a assistirem. É o último jogo da época em casa. Seria um prémio muito merecido para as atletas e para toda a gente que trabalha todos os dias com esta equipa”, acrescenta a propósito de um encontro marcado para as 16h00 de sábado, no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense.
Eliminadas as formações do Desportivo das Aves, do Clube Kairós, do Porto Vólei, a formação de Alvalade é o último obstáculo a superar para as vitorianas erguerem a Taça Federação. Nos quatro duelos protagonizados ao longo da época, as verdes e brancas triunfaram em três, com o Vitória a sair por cima em Viana do Castelo, para a meia-final da Taça de Portugal; naquela que talvez foi a melhor exibição de 2021/22, as mulheres de Guimarães venceram por 3-1.
Hélder Andrade crê, assim, que é possível vencer a Taça Federação, mesmo perante uma das quatro primeiras classificadas da Liga LIDL. “As quatro equipas de cima são equipas com muito potencial. Jogámos contra o Sporting imensas vezes. Já conhecemos os pontos mais fracos e fortes do adversário”, diz, elencando a “primeira linha de toque de bola” como um dos aspetos mais fortes do opositor, a “condicionar com paciência e estratégia”. “O jogo não terá de ser igual ao de Viana. Cada jogo tem características diferentes. (…) Temos de estar ao melhor nível”, admite.
Numa equipa, segundo o técnico, “muito orgulhosa” do percurso até agora traçado, Maria Carlos assume o papel da capitã. A líbero de 38 anos realça que o Vitória mostrou, ao longo da temporada, “argumentos” para se bater com o Sporting, equipa, a seu ver, com “mais responsabilidade” de vencer a Taça Federação, até pelo hábito de ocupar os lugares cimeiros do campeonato.
A voleibolista acredita, porém, numa final equilibrada, por causa do “bom voleibol coletivo” que as vitorianas têm vindo a praticar. “Vamos lutar de igual para igual”, promete.
Uma “mentalidade” evolutiva
Com vários anos de carreira, Maria Carlos tem de capitanear um grupo com atletas que, na sua maioria, chegaram nesta temporada a Guimarães. Convencida de que agora todo o grupo se sente “em casa”, a líbero teve de passar a “experiência” e a “calma” adquiridas em centenas de partidas de voleibol às atletas mais jovens. “Algumas ainda vêm com muito sangue na guelra”, graceja.
Agradada com o “crescendo” evidenciado pelo plantel, Maria Carlos frisa até que um florescer mais madrugador do jogo coletivo vitoriano poderia ter valido “os quatro primeiros lugares” na Série dos Primeiros.
Hélder Andrade também viu essa evolução positiva num grupo de “pessoas que não se conheciam”, com atletas de “pontos diferentes do mundo” – Portugal, Brasil, Argentina, República Dominicana. Detetou-a sobretudo na “mentalidade competitiva” e, consequentemente, na “ambição”.
“Fomos ganhando identidade de equipa. Crescemos bastante na nossa mentalidade de trabalho. Sinto a equipa mais madura, com uma mentalidade mais competitiva. A ambição da equipa foi onde crescemos mais”, reitera o treinador.