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A luz de Nélson perdurou até ao fim. Valeu a capacidade de sofrimento

Eficaz a abrir num remate bem colocado do extremo angolano, Vitória viu-se reduzido a 10 unidades perto do intervalo, mas teve alma para secar um Paços que até mais perigoso no jogo 11 contra 11.

08 outubro 2022 > 22:00

A solidariedade que os pupilos de Moreno demonstram quando encurralados na sua área valeu, desta feita, três pontos. Depois de uma primeira parte em que aliou a eficácia ofensiva à anarquia sem bola, o Vitória SC viu-se com um jogador a menos no final da primeira parte, aceitou o facto de que estava em inferioridade e cerrou fileiras na segunda parte, com linhas muito compactas, à semelhança do que já fizera em Braga e também com o Benfica - mais avançado no terreno frente aos encarnados, porém.

O Vitória transfigurou-se sem bola para a segunda metade e secou a fonte da qual jorraram oportunidades para os pacenses nos 45 primeiros minutos. À exceção de dois lances junto às redes de Bruno Varela, o Vitória controlou quase sempre as operações, com Mikel e Bamba certeiros nos cortes e André André superlativo nos timings para reter ou soltar a bola. O Vitória acabou até o encontro com mais jogadores em campo, fruto das expulsões tardias de Antunes e de Nuno Lima, e assim prevaleceu a luz acendida por Nélson ao minuto nove.

Remetido às imediações da sua área nos primeiros minutos, face ao vigor com que o Paços entrou em campo – criou perigo logo no primeiro minuto, com Varela a opor-se a Butzke e André Amaro à recarga de Matchoi -, o Vitória foi mortífero quando ripostou: depois de Tiago Silva ameaçar de longe aos cinco, o extremo angolano ganhou embalo, balanceou a perna esquerda e marcou.

Nélson da Luz recebeu de Afonso Freitas ainda no meio-campo vitoriano, correu dezenas de metros, enganou Ferigra com um movimento à entrada da área e atirou cruzado, pela brecha entre o poste e a luva de Vekic. A bola tabelou no ferro e entrou.

A partir daí, o Paços ditou a cadência do jogo perante um Vitória a tentar o contra-ataque pelas alas ou pelo meio, quando os castores cediam brechas. Nelson da Luz mostrou-se particularmente vivo nessas ações, mas não voltou a fazer o gosto ao pé.

Mas havia falhas nessa gestão: nas ocasiões em que embalava para a área contrária e perdia a bola, o Vitória apareceu várias vezes descompensado perante as arrancadas pacenses, impulsionadas quase sempre por Matchoi, e o perigo junto à baliza de Bruno Varela foi uma constante.

Butzke foi um dos protagonistas desses lances na área vitoriana, ao cabecear para defesa de Varela, ao minuto 17, e a desviar contra o poste, aos 23. Os homens de Moreno aliviaram a pressão contrária por volta do minuto 30, com Anderson a colocar Vekic à prova, mas as perdas de bola sem transição defensiva à altura comprometiam a gestão do jogo. Assim aconteceu ao minuto 41, quando Lameiras perde a bola numa situação de um para um, eventualmente perigosa para os homens de branco e Matchoi embala rumo à área vitoriana. André Amaro deixou ficar a perna para travar a arrancada do guineense do Paços e viu o segundo cartão amarelo.

Os homens de Moreno viram-se num sufoco nos minutos finais da primeira parte e nos primeiros da segunda, já com Tounkara a refazer a linha de três defesas, mas o ímpeto pacense abrandou aos poucos, até ficar manietado pelo Vitória. Butzke e Kayky ainda ameaçaram o empate nos 10 minutos finais, num último assalto pacense às redes vitorianas, mas o sofrimento da equipa de Guimarães tinha fôlego até Nuno Almeida apitar pela última vez.

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