A Exposição_1
Os testemunhos fotográficos incluem documentos nunca antes vistos, pelo menos no seu conjunto.

É inaugurada, quarta-feira, 15 de junho, no Arquivo Municipal, uma exposição de fotos referência da história do Vitória Sport Clube que documenta cem anos de vida entre 1922 e 2022.
Embora ainda não a tenha visitado, ela ainda não está patente, recomendo vivamente. Os testemunhos fotográficos incluem documentos nunca antes vistos, pelo menos no seu conjunto. Exigiram dos técnicos do Arquivo um esforço de investigação com a colaboração de vimaranenses anónimos que ofereceram contributos, que merece um elevado agradecimento.
Ela só é possível porque a Câmara Municipal adquiriu há cerca de dois anos o espólio da extinta Foto Simão que se dedicou nas décadas de 1960 a 1990 a fotografar tudo que sucedia de relevante no clube. Jogos, mas também a vida associativa.
Esse espólio era dado como desaparecido, o que teria sido uma grande perda. Afinal foi possível adquiri-lo.
Para além do espólio da Foto Simão, muitos particulares fizeram chegar ao Arquivo documentos fotográficos em posse particular, que enriqueceram, e muito, o conjunto que vai ser exposto.
No esforço de investigação dos documentos mais antigos, foi me solicitada a identificação de uma foto onde se veem jogadores equipados com uma bola, não se vislumbram balizas, mas sim uma bancada com certa dimensão, camarotes e lugares centrais e laterais.
Os técnicos do Arquivo admitiram a foto representar o antigo Campo da Perdiz, por exclusão, uma vez que não correspondia ao Benlhevai ou Amorosa, e a sua envolvente, terrenos não urbanizados, anulava o Campo Zé Minotes, perto do Castelo da Fundação e das ruas que o circulavam.
Afastei completamente essa hipótese. O Campo da Perdiz (1925) é do tempo da “baliza às costas”, nunca terá tido qualquer bancada. Defendi que a foto era a imagem de um hipódromo onde se realizavam corridas de cavalos, na época muito mais frequentadas que o futebol entre jovens de 18 anos, e que ocasionalmente terá sido utilizado para uns pontapés na bola. Aliás a futura Tourada vem a localizar-se na Perdiz ou envolvente e poderá ter aproveitado inicialmente as bancadas do hipódromo.
Até pela dúvida, e outras haverá, para além da emoção das memórias vividas, vale a pena lá ir. Se não à inauguração de quarta-feira, nos dias seguintes.
Se calhar, é mais importante que discutir o novo plantal, se será melhor o Jota Silva que o Ruben Lameiras…