O cenário era simpático: duas derrotas dos adversários na luta pela última vaga europeia deixavam o Moreirense a três pontos de se colar ao 6.º posto. No entanto, para isso acontecer havia que derrotar um FC Porto que se deslocava a Moreira de Cónegos com a ambição de não perder o comboio para o título. Os cónegos ficaram-se pelo meio termo. Um empate a uma bola com os campeões nacionais selou a aproximação ao lugar europeu ocupado pelo Vitória SC. 

A última partida da turma vimaranense no Joaquim de Almeida Freitas não era de boa memória. Frente ao Tondela, os cónegos já perdiam por três bolas a zero aos 15 minutos. Desta vez foi diferente: a “displicência” que Vasco Seabra criticou na partida com os beirões não deu sinais e o Moreirense mostrou concentração a defender e acutilância a atacar. Resultado? Ida para o intervalo a vencer por 1-0 graças a um remate certeiro de pé esquerdo do venezuelano Ferraresi, que respondeu da melhor forma a um canto (37’).

Já antes o Moreirense tinha ameaçado. Seguros a defender, os cónegos não deixaram o FC Porto crescer – nota apenas para os rasgos de criatividade de Corona – e conseguiam sair com confiança para o ataque. Num dessas abaladas, o lateral Conté cavalga pela esquerda, ganha a linha, cruza, e, no coração da área, Rafael Martins ajeita para um remate de Yan Matheus que é bloqueado por Mbemba.

Dez centímetros de susto

A entrada na segunda parte trouxe um “dragão” mais expedito nas ações. Logo nos primeiros segundos, Pasinato mostrou serviço. O guardião brasileiro, uma das figuras dos últimos jogos dos homens de Guimarães, viu Taremi aparecer isolado, mas mostrou bons reflexos para defender o remate do iraniano.

Ainda antes da hora de jogo, o brasileiro brilha novamente: Marega surge solto na área e responde a um cruzamento com um remate que Pasinato para por instinto; na recarga, o maliano acerta em cheio no poste.

O Comendador Joaquim de Almeida Freitas voltava a provar ser osso duro de roer para o Porto. Os “azuis” não desistiram e chegaram mesmo ao empate por intermédio de Taremi na conversão de uma grande penalidade. Num golpe de teatro, os portistas conseguiriam mesmo operar a reviravolta, no entanto o cabeceamento de Toni Martinez já para lá do minuto 90, que ditaria a derrota cónega, foi invalidado - o espanhol estava dez centímetros fora de jogo.

Não haveria tempo para mais. Sexta-feira a equipa de Moreira de Cónegos faz uma curta viagem com destino ao D. Afonso Henriques. Cónegos (36 pontos) e Vitória (38) defrontam-se naquele que será um jogo fulcral na corrida pelo 6.º lugar do campeonato