A e B
Há anos que defendo que o Vitória só deve contratar para a A jogadores que sejam mais valias, titulares indiscutíveis (três/quatro em cada época). O restante tem de ser de quem já tem contrato ou da B

Há dias, um jornal desportivo publicava que Pepa tinha sido, na vida do Vitória, o treinador que mais jogadores promovera da equipa B. As equipas B surgiram em 2012/2013 e consequentemente essa análise comparada só pode ter como referência nove épocas.
Logo, um vice-presidente de 2012/2013 veio refutar, escrevendo que Rui Vitória nessa época tinha lançado ainda mais promovidos dessa 2ª equipa.
As duas situações, com semelhanças embora muito diferentes, referem-se a dois momentos onde, para além do sucesso do aproveitamento da formação, o Vitória obteve bons resultados desportivos, dos melhores das últimas nove épocas. Em 2012/2013 ganhamos a Taça de Portugal e neste final de época o Vitória joga um belo futebol e aproxima-se do regresso ao apuramento europeu.
São diferentes porque em 2012/2013 não foi uma opção, aliás abandonada logo a seguir, foi um único caminho. Vivia-se uma situação de salários atrasados vários meses e do plantel da época anterior só ficou quem tinha contrato e não aceitou rescindir. Foram contratados, salvo erro, apenas André André, vindo do Varzim, e Baldé, promoveu-se a quase totalidade dos Sub – 19 e formou-se um plantel único para duas equipas A e B que não chegaria aos 40 jogadores. Todas as jornadas havia transições entre a A e a B. Ganhamos a Taça de Portugal no histórico 23 de maio no Jamor.
Na corrente 2021/2022, nove anos depois, no início também havia dificuldades financeiras, apesar do negócio Tapsoba e do empréstimo com garantias de receitas televisivas das épocas seguintes, e à “loucura” da época anterior onde se contrataram mais de 30 jogadores, inverteu-se só com a contratação de Borevkovic, Alfa e Tiago Silva, com um plantel da A muito sustentado na equipa B da anterior e presente época. É uma boa política porque estimula quem joga na B a aspirar uma subida possível de patamar não no futuro, mas no presente.
Há vários anos que defendo que o Vitória só deve contratar para a A, jogadores que sejam mais valias, titulares indiscutíveis (três/quatro em cada época). O restante plantel tem de ser oriundo de quem já tem contrato ou da B.
Partilho esta filosofia de gestão desportiva num momento em que a nova Direção, em que confio totalmente, estará a equacionar várias opções.
Só uma nota final: Confio na Direção, não cegamente no Diretor Desportivo, que não conheço, mas vejo apenas como um colaborador da Direção. Um dos maiores erros anteriores foi o “endeusamento” e a multiplicidade de diretores gerais, diretores desportivos, team menager, relações publicas, coordenadores da formação, etc. També aqui o Vitória deve reduzir e muito o número de cargos de especialistas em coisa nenhuma…