A “deceção” não apaga “as coisas boas” em época de “turbulência”, diz Pepa
Treinador vinca que a “instabilidade” afetou um plantel do Vitória SC que poderia ter sido mais regular, à semelhança do Gil Vicente, último adversário da época. Caminho para o futuro é um: melhorar.

“Se me têm dito no início da época que iria acontecer isto e isto ao clube durante o ano e assinava o sexto lugar, eu não assinava, nem os meus jogadores, porque queremos sempre mais”, ilustrou Pepa, dando azo à “turbulência” em que o plantel se viu envolvido ao longo da 2021/22. O treinador lembrou que o grupo “passou por cinco treinadores em dois anos, duas direções, mais do que um diretor desportivo e ‘team manager’”.
“Tentei de tudo para essa capacidade de blindar. O grande desafio é termos essa estabilidade. Temos de ser mais fortes”, completou, durante a projeção do último encontro da temporada, frente ao Gil Vicente, o adversário que frustrou as expetativas vitorianas de, pelo menos, concluir o campeonato na quinta posição.
À espera de um “grande jogo” a partir das 20h30 de domingo, ainda que num Estádio D. Afonso Henriques com as portas fechadas, o treinador deu “os parabéns” ao Gil Vicente, equipa “mais regular” do que a sua ao longo da época. Apesar da “inconstância” e da “irregularidade” que afetaram os seus pupilos, Pepa defendeu que eles fizeram também “muitas coisas boas”, a partir das quais se tem de preparar o futuro.
O treinador vincou até que o sentimento de “deceção” associado ao sexto lugar provém do facto de a equipa ter mantido o quinto em aberto até ao final da 33.ª jornada. “Alimentámos isso até ao fim, não até à última jornada, mas até à penúltima jornada. Dentro do que dependeu de nós, fizemos de tudo, mas nem sempre bem feito”, frisou.
Apesar de reconhecer que os seus pupilos deveriam ter “conseguido mais vitórias” e que é “impensável” sofrer golos por 20 partidas consecutivas, Pepa recusou desvalorizar o sexto lugar, que pode ainda valer a Liga Conferência Europa, caso o FC Porto derrote o Tondela, na final da Taça de Portugal de 22 de maio.
“Só vejo o Vitória ser castigado com jogos”
Sem revelar se vai dar minutos a elementos menos utilizados, até porque, no seu entender, “as oportunidades conquistam-se desde o primeiro dia de trabalho”.
Grato para com os adeptos que assistiram ao treino desta manhã, o treinador comentou ainda o facto de o jogo se realizar à porta fechada, na sequência de um processo do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol referente ao Vitória de Guimarães – Benfica (0-1), de 04 de janeiro de 2020, que teve quatro interrupções.
“Só vejo o Vitória ser castigado com jogos. Já é o segundo desde que estou aqui há um ano [o primeiro foi com o Leixões, em julho de 2021, referente ao ‘caso Marega’]. Ainda agora temos uma situação vergonhosa, do Rochinha [no jogo com o Boavista], em que o clube já se manifestou por. (…) Quando é o Vitória, leva sempre por tabela”, disse.