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A assembleia

Os problemas do Vitória, que as últimas gestões não têm tido competência para resolver, não vão desaparecer com atropelos a regras básicas da democracia vitoriana.

25 outubro 2021 > 00:00

A assembleia geral do VSC reprovou no último sábado as contas do exercício de 2020/2021. Não é nada de novo na história do clube. Já tinha sucedido em exercícios da presidência de Pimenta Machado, Vítor Magalhães, Emílio Macedo. É uma forma, a meu ver errada, que os sócios, nas últimas décadas, têm encontrado de manifestar a sua oposição ao governo do clube.

Seria mais lógico, e possível, na assembleia ter sido apresentada e votada uma moção de censura à gestão de 2020/2021 e aprovado as contas. Porque os sócios, e penso que todos os vitorianos presentes e ausentes na assembleia, censuram com razão a gestão dessa época, mas contas são contas e não será possível alterá-las.

A confirmação dessa censura é mesmo assumida pela atual Direção quando inverteu totalmente na corrente época 2021/22 a “loucura” de 2020/21. Quando estabilizou o atual plantel com a base da época anterior e reforçou apenas 3/4 posições em défice e abandonou as contratações de “camionetas” de jogadores como antes. Na assembleia de sábado estava em votação 2020/21 e não a inversão e correção de 2021/22. Por isso, compreendo muito bem o voto dos sócios.

As novas gerações de vitorianos sofrem muito com os resultados desportivos dos últimos anos. Conhecem bem a história vitoriana que lhes foi transmitida pelos pais e avós que lhes contaram as idas à Europa, os 3ºs lugares das décadas 60, 80, 90 e na primeira década deste século. A Supertaça. A Taça de 2013, o último grande êxito foi há já oito anos.

Sabem que somos o clube de Portugal com maior paixão clubística, completamente desperdiçada.

É uma justa revolta. Mas não chega para mudar o que é necessário. Essa mudança não chegará com quem só descobriu o Vitória numa fase avançada da vida, ao contrário da grande massa vitoriana que foi sócia logo que nasceu porque o pai ou o avô o foi inscrever ainda antes de ir ao registo civil.

Os problemas do Vitória, que as últimas gestões não têm tido competência para resolver, não vão desaparecer com atropelos a regras básicas da democracia vitoriana. O que se passou nos últimos momentos da assembleia de sábado, querendo aproveitar a justa revolta para votar ilegalidades, pode pretender branquear o último lugar nas escolhas dos sócios em 2019, mas em nada ajuda. Daniel Rodrigues esteve mal.

Venha março, eleições, e melhores escolhas.

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